A Polícia Federal encaminhou, pela segunda vez, para a Procuradoria-Geral da República (PGR), pedido de prorrogação das investigações sobre o suposto favorecimento da Odebrecht no período em que Eliseu Padilha e Moreira Franco, hoje ministros da Casa Civil e de Minas e Energia, respectivamente, chefiaram a Secretaria da Aviação Civil, entre 2013 e 2015. Além deles, o presidente da República, Michel Temer, também é investigado.
O prazo para a conclusão do inquérito tinha acabado no último dia 6. Agora, se a solicitação for aprovada pelo relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, a polícia terá mais 60 dias para apurar as suspeitas.
De acordo com informações do blog da Andréia Sadi, o Palácio do Planalto já estaria se preparando para eventuais perguntas da PF endereçadas a Temer. O advogado do presidente, no entanto, nega.
Segundo depoimento de delação premiada do ex-executivo da Odebrecht Claudio Melo Filho, houve um jantar no Palácio do Jaburu, residência de Temer, em maio de 2014, para tratativas de um repasse de R$ 10 milhões como forma de ajuda de campanha para o PMDB, atualmente MDB.
O presidente foi incluído no inquérito em março, por decisão de Fachin, que acatou pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Ela discordou do entendimento do ex-procurador Rodrigo Janot que, no ano passado, decidiu não incluir Temer na investigação, por entender que o presidente tem imunidade constitucional enquanto estiver no cargo.
Para a procuradora, a Constituição impede somente o oferecimento de uma eventual denúncia contra os investigados, mas não a investigação em si, sob pena da perda ou ocultamento de provas.
Na mesma decisão em que incluiu Temer no inquérito, Fachin ainda autorizou a prorrogação das investigações, pela primeira vez, a pedido da PF e da PGR.
Fonte: Folhapress
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