Desenrolar

PF e Ministério Público investigam outros suspeitos e podem deflagrar 2ª fase da Operação Xeque-Mate

Anísio Maia disse que o Shopping Pátio Intermares foi barrado por interesse de Leto. Emenda aprovada pela Câmara em 2014 impediu a construção do empreendimento.

Anísio Maia disse que o Shopping Pátio Intermares foi barrado por interesse de Leto. Emenda aprovada pela Câmara em 2014 impediu a construção do empreendimento.

Novas fases da Operação Xeque-Mate podem ser deflagradas após a análise dos documentos apreendidos no último dia 3, quando foi preso o prefeito de Cabedelo, Leto Viana, e cinco vereadores, incluindo a primeira-dama, Jacqueline Monteiro França. O deputado Anísio Maia disse ao Portal ClickPB que o presidente da Câmara que foi eleito, Vitor Hugo, e os suplentes que assumiram os cargos são todos ligados a Leto.

“A mesma bancada está lá, os suplentes são todos dele. Não escapa nenhum! Os que foram afastados e os que foram presos foram substituídos por suplentes e todos são de Leto, todos sem exceção”, disse Anísio Maia. Segundo Anísio, os suplentes deviam estar sendo beneficiados por Leto. “Os suplentes tinham um compadrio, o prefeito deveria ter ali algumas ajudas a eles, o que ele fazia muito bem, não é à toa que todos votaram no candidato indicado por Leto. [Vitor Hugo] já foi líder [de Leto], abotoava os sapatos dele”, completou Anísio Maia.

Segundo o petista, pelo teor das conversas que ele vem escutando, dentre os vereadores de Cabedelo “escapam dois ou três”, porque fizeram parte da campanha de Leto, amigos ou correligionários estão na folha de pagamento da prefeitura.
Segundo o deputado estadual petista, a cidade de Cabedelo está se questionando por que Vitor Hugo não foi afastado também. “A cidade inteira está perguntando: por que ele foi poupado”, disse, afirmando que o povo está aguardando a segunda fase da Operação Xeque-Mate.

O material apreendido deve apontar outros suspeitos dos crimes praticados contra a administração pública e como funcionava o esquema de desvio de verbas públicas na cidade de Cabedelo.

Segundo informações da polícia, estão na mira das investigações políticos que eram vereadores de Cabedelo na época em que a Câmara barrou o Shopping Pátio Intermares,  e que atuaram ativamente na aprovação de leis que proibiam a construção de novos shopping na cidade.

Anísio Maia disse que o Shopping Pátio Intermares foi barrado por interesse de Leto. Previsto para ser construído numa área de 64 mil metros quadrados, o empreendimento previa a geração de 1.500 empregos. Mas em 2014 uma emenda apresentada pelo então vereador Artuzinho acabou vetando a construção do empreendimento em Intermares.

Na sessão, votaram a favor da emenda: Artuzinho , Moacir Dantas , Belmiro Mamede Neto, Lúcio José , Lucas Santino da Silva ( delator da operação),Márcio Bezerra, Maria da Graça , Rosivando Neves Viana, Tercio de Figueiredo Dornelas e  Jacqueline Monteiro França (primeira-dama de Cabedelo ).

A polícia deve investigar se existiu pagamento de propina para barrar o empreendimento, medida que hoje tem o apoio do prefeito interino, Vitor Hugo, que era aliado de Leto.

A emenda foi aprovada em março de 2014.  Em 2013, a população protestou quando os vereadores tentaram impedir a construção do empreendimento, e os parlamentares cabedelenses recuaram, aprovando o projeto, que no entanto foi barrado em 2014.

O procurador-geral de Justiça, Francisco Seráphico, explicou que o nome de Vitor Hugo apareceu na representação feita pelo Gaeco, mas não foi possível identificar eventuais conteúdos, optando-se por não pedir naquele momento alguma medida contra ele, mas vai se avaliar em razão das provas se há alguma nova medida a ser pleiteada na Justiça. Inicialmente, não se evidenciou elementos para se pleitear o afastamento ou prisão. A busca e apreensão era para evidenciar novos fatos e adotar, se for o caso, novas medidas.

“Está se aguardando o desenrolar das provas que foram coletadas com as oitivas, com a avaliação das buscas, para se poder aprofundar ou não algum elemento a mais”, informou o procurador, ressaltando que o Ministério Público foi muito criterioso na avaliação dos elementos. No caso dos vereadores alvo da operação, houve elementos suficientes em relação aos cinco vereadores que foram presos e os outros cinco que foram afastados.

Na Câmara de Cabedelo, os vereadores devem se reunir hoje pela primeira vez na Câmara Municipal de Cabedelo, após terem tomado posse no dia 4 deste mês de abril.

Fonte: Click PB
Créditos: Click PB