Os dirigentes do Partido Ecológico Nacional (PEN), recém-criado na Paraíba, vão intensificar providências para a estruturação da legenda, a partir da criação de Comissões provisórias nos 223 municípios. Presidido pelo deputado Ricardo Marcelo, que também dirige a Assembleia Legislativa, o PEN deve se reunir esta semana para escolher o líder da bancada de dez deputados na AL. O nome mais cogitado é o do deputado José Aldemir Meirelles, representante do Alto Sertão, e que migrou do DEM para a trigésima sigla que o Tribunal Superior Eleitoral legalizou no país.
A indicação de José Aldemir conta com o apoio do deputado Edmilson Soares, ex-PSB e secretário geral do PEN. Como não disputa as eleições municipais deste ano, já que foi criado quando estava sendo encerrado o processo de registro de candidaturas, o PEN terá tempo para discutir estratégias e até mesmo uniformizar posições que vai tomar no âmbito da Assembleia no que diz respeito à votação de matérias encaminhadas pelo Poder Executivo. Por enquanto, os parlamentares filiados estão liberados para votar de acordo com suas convicções, bem como para apoiar candidatos distintos a prefeito em cidades da Paraíba, obedecendo aos interesses dos esquemas a que estão vinculados no plano local.
O presidente Ricardo Marcelo reitera que o compromisso do Partido Ecológico é com propostas para o desenvolvimento da Paraíba, desenvolvendo gestões no sentido de contribuir para que o Estado recupere posição influente entre as demais unidades situadas no Nordeste. De acordo com ele, o partido não faltará com o seu apoio a iniciativas de caráter estruturante que beneficiem populações da capital e do interior, alinhando-se com parlamentares federais igualmente empenhados no crescimento social e econômico. “Temos potencialidades que podem ser exploradas com o apoio do governo federal e de segmentos da iniciativa privada. A Paraíba não pode assistir de braços cruzados ao empobrecimento de que tem sido vítima nos últimos anos”, explicou.
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O Partido Ecológico Nacional conseguiu atrair parlamentares que eram filiados a siglas de expressão como o PSB, DEM e PSDB. João Gonçalves, Janduhy Carneiro, Wilson Braga, Aníbal Marcolino, Mikika Leitão, Edmilson Soares, José Aldemir Meirelles e Toinho do Sopão decidiram migrar para a nova legenda invocando a necessidade de espaços de atuação que não vinham encontrando nas agremiações das quais desertaram. Toinho do Sopão, ex-PTN, um dos primeiros a se interessar pela filiação ao PEN, será o presidente do diretório municipal em João Pessoa, com a missão de atrair vereadores e outras lideranças políticas. Para as eleições de 2014, cogita-se a candidatura do deputado Ricardo Marcelo à única vaga ao Senado que estará em jogo.
Ao mesmo tempo em que se dedica à montagem do novo partido, Ricardo Marcelo preocupa-se com os preparativos para a sessão de depois de amanhã, quando a Assembleia Legislativa deverá recolocar em pauta a votação do pedido de autorização do governo do Estado para ser avalista de um empréstimo que a Cagepa, estatal de água e esgotos, pretende contrair junto à Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 150 milhões, destinado, teoricamente, a sanear financeiramente a empresa. Os deputados ficaram divididos sobre a matéria na votação anterior, que acabou sendo adiada. A oposição questiona o empréstimo e reclama de falta de informações mais transparentes sobre a verdadeira radiografia financeira da Cagepa. O presidente da estatal, Deusdete Queiroga, rebate que as informações necessárias foram transmitidas e salientou que o empréstimo não é danoso para o Estado.
O deputado Frei Anastácio Ribeiro, do Partido dos Trabalhadores, e o deputado Gervásio Maia, do PMDB, desafiam o governo a promover encontros de contas com devedores da Cagepa e estranham a falta de iniciativa no recebimento de créditos da empresa. Frei Anastácio não descarta, inclusive, a hipótese de requerer a formação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito com o objetivo de “descobrir a caixa preta” existente na empresa, dizendo suspeitar que o governo está repassando ‘meias verdades” para a opinião pública acerca da polêmica. O líder governista na AL, deputado Hervázio Bezerra, voltou a insistir no apelo para que os deputados se sensibilizem com a situação e concedam a autorização para a contratação do empréstimo.
Do Blog com Nonato Guedes
