Pelé pede que brasileiros esqueçam manifestações

Pelé

Em meio às manifestações por todo o país, Pelé pediu que os brasileiros esqueçam “toda essa confusão” e apoiem a Seleção Brasileira, que participa da Copa das Confederações e que ainda ontem derrotou por 2 a 0 a Seleção do México. Em declaração à TV Tribuna de Santos, Edson Arantes do Nascimento apontou a Copa das Confederações como uma preparação para a Copa do Mundo em 2014 e, assim, solicitou que as coisas não sejam confundidas. “Vou pedir mais uma vez aos brasileiros para não confundirem as coisas. Estamos iniciando uma preparação para a Copa do Mundo. A Copa das Confederações serve muito para a gente ter uma base de como vai ser a nossa equipe”, afirmou textualmente.

Na declaração, há um pedido de Pelé para que os torcedores não vaiem a Seleção Brasileira em caso de tropeço na Copa das Confederações, sem que se influenciem pelos protestos no país. “Vamos esquecer toda essa confusão que está acontecendo no Brasil e vamos pensar que a Seleção Brasileira é o nosso país, é o nosso sangue. Não vamos vaiar a Seleção. Vamos apoiar até o final”, acrescentou. A intervenção de Pelé gerou protestos nas redes sociais. Um internauta afirmou: “O Japão perdeu por 3×0 para o Brasil. Mas, e daí? Eles ganham em educação, saúde, segurança pública”. Um outro disse que Pelé, como sempre, fala asneiras. “Futebol é a coisa mais importante entre as menos importantes. O sucesso da Seleção Brasileira de nada adianta enquanto o povo está sofrendo”, reagiu outro internauta.

Enquanto isso, a página do movimento “Acorda Brasília”, que tinha às 22h de ontem 51.711 adesões, divulgou os principais objetivos da manifestação para hoje: a reivindicação prioritária é a investigação sobre o uso do dinheiro público na infraestrutura para a Copa do Mundo e da Copa das Confederações. O grupo promete concentrar-se às 16h no Museu Nacional, rumando para a Praça dos Três Poderes. Os manifestantes querem a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a Copa. A revogação do reajuste tarifário nos transportes públicos de Rio de Janeiro e São Paulo, o compromisso do governo local com a manutenção da tarifa e a divulgação da abertura de diálogo para a gratuitade não minimizaram os planos para o protesto de hoje. “Não são apenas R$ 0,20. São impostos abusivos, superfaturamento de obras, desvio de dinheiro público para contas particulares; são governadores rindo da cara do brasileiro”, justifica o manifesto. O grupo pede também melhorias na educação, transporte e saúde. Na última segunda-feira, grupo de 10 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, realizou a “Marcha do Vinagre”. No meio da noite, centenas de manifestantes invadiram a plataforma superior do Congresso Nacional. Após negociação, chegaram a ocupar a rampa e a entrada principal da Casa Legislativa.