VIA CRUCIS DE HERVÁZIO
A missão do deputado Hervázio Bezerra (PSB) como líder do Governo a cada dia se torna uma via crucis. Nesta quarta-feira (23), contradizendo todos os discursos democráticos que profere, tentou induzir a Assembleia a impedir um voto de solidariedade ao jornalista Rubens Nóbrega, do Jornal da Paraíba e da CBN, astutamente apresentado pelo líder da oposição, Anísio Maia (PT). Como se já não bastasse os processos que Rubens – que um dia já defendeu o governador Ricardo Coutinho no guia eleitoral em campanha passada – está respondendo na Justiça. Voto de aplauso, Hervázio, não derruba Governo
FAGULHAS E INCÊNDIOS
Está marcada para esta quinta-feira (24) no Palácio da Redenção a audiência marcada pelo governador Ricardo Coutinho (PSB) com representantes dos Sem Terras da Paraíba. Deve ser mais um difícil round nos confrontos entre o Governo e os movimentos sociais depois dos constrangedores episódios – para dizer o mínimo – ocorridos no Centro Administrativo de Jaguaribe, na segunda-feira passada (21).
É possível que o Governador consiga, neste encontro, reparar alguns dos erros cometidos por sua equipe no trato de questões que envolvem o público externo, não por má fé ou por incompetência, mas pelo desprezo aos principais objetivos de quem exerce mandato executivo, o respeito aos interesses comuns dos cidadãos.
Pouca – ou quase nenhuma negociação – tem sido articulada pela equipe estadual nos últimos três anos e isso favorece frequentes exacerbações de ânimos nos segmentos que buscam a solução de problemas inerentes às suas atividades. Foi assim com médicos, com agentes fiscais, policiais militares e professores, entret outros.
A reunião de amanhã, de significativa importância para milhares de agricultores, é aguardada com grande expectativa, mas pode ser uma versão nova da célebre Batalha de Itararé, que nunca ocorreu. A falta de acordo entre os interlocutores, porém, pode ser a fagulha para um grande incêndio.
O próprio Governador, afeito às mesas de negociações antes de chegar ao Palácio, deve reconhecer que os Sem Terras têm disposição política diferente de outros segmentos, como os servidores públicos estaduais, pois não temem o confronto direto, inclusive com a intervenção policial.
O Estado pode não dispor de condições financeiras para atender a todas as reivindicações, mas também não pode – nem deve – se fingir de morto diante dos problemas dos agricultores. Uma coisa é a reforma agrária – de responsabilidade do Governo Federal – e outra é o Estado viabilizar equipamentos para os que já têm terra para trabalhar.