Saindo de uma reunião, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou estar ‘supertranquilo’ depois de ser convocado pela Câmara dos Deputados para prestar explicações sobre a conta bancária dele em paraíso fiscal.
Perguntado por jornalistas o que achava do chamamento, Guedes respondeu: “Tranquilo, supertranquilo”. O ministro demonstrou não estar incomodado de ter que se esclarecer no plenário da Câmara.
“Em vez de oito ou nove convites, juntaram tudo em um só, é mais prático”, falou. Duas comissões da Câmara já haviam aprovado a convocação de Guedes: do Trabalho, Administração e Serviço Público; e de Fiscalização Financeira e Controle.
A existência da offshore, como é chamada esse tipo de conta em paraísos fiscais, não configura necessariamente um crime. No entanto, os parlamentares de oposição alegam que pode existir um conflito de interesses na manutenção dessas operações enquanto Guedes ocupa o cargo responsável por gerir as políticas econômica e cambial do país.
Revelação de offshore
As informações sobre a offshore de Guedes foram obtidas pelo projeto “Pandora Papers”, do ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos), cujos parceiros no Brasil são a revista Piauí e o site Poder360. O vazamento também apontou uma empresa no exterior em nome do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Segundo os “Pandora Papers”, Guedes possui desde 2014 uma offshore de nome Dreadnoughts International. O ministro da Economia depositou US$ 9,54 milhões (mais de R$ 51,8 milhões, na cotação atual) na conta da offshore, em uma agência do banco Crédit Suisse em Nova York.
A colunista Carla Araújo, do UOL, apurou que os advogados de Guedes informaram que o ministro apresentou hoje documentos à PGR (Procuradoria-Geral da República) para explicar a existência de empresas offshore no exterior e negaram irregularidades.
A defesa de Paulo Guedes, antecipando-se a eventuais pedidos da PGR, apresentou petição, na manhã desta quarta-feira, juntando, no Ministério Público, documentação que demonstra que o ministro não ocupa o cargo de administrador da empresa Dreadnoughts desde que assumiu a função pública, estando, desde dezembro de 2018, completamente afastado da gestão da empresa”.
Fonte: UOL
Créditos: UOL