E mais uma vez pastores evangélicos usam o nome de Deus para convencer seus fieis a apoiar o governo Bolsonaro, agora os líderes religiosos invocaram o último livro da Bíblia, o Apocalipse, que trabalha com as visões do apóstolo João sobre o fim dos tempos com o objetivo de convocar fiéis a participarem dos atos de apoio ao presidente no dia de 7 de setembro.
De acordo com o portal Uol, os vídeos viralizaram em plataformas como YouTube, Tik Tok, Instagram e Facebook e falaram sobre soldados e civis invadindo o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), espiões infiltrados no meio do povo e o receio de que a liberdade religiosa esteja em risco
Em vídeo visualizado 178 mil vezes até dessa sexta-feira (3), o pastor Rubens Gabriel disse que “eles [STF] querem tirar Deus da democracia impedindo a minha voz, a sua voz e também a liberdade religiosa”.
Outro religioso, Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus, também fez convocatória para os atos golpistas. “Passamos 15 anos com más notícias, com muita corrupção, com muita malandragem e perseguição à obra. Sofri na pele e chorei lágrimas de sangue”.
A cobrança pelo posicionamento político dos evangélicos é uma constante nos conteúdos virais. Com mais de 1 milhão de visualizações no Tik Tok, uma fala do pastor Cláudio Duarte evoca a necessidade do “crente” de se envolver na política.
“Pensem nos seus filhos e nos seus netos, se você quer que te chamem de covarde ou de valente”, diz ele. “Dia 7 de setembro é um dia marcante para o Brasil”, acrescenta.
Duarte é aliado de Bolsonaro e próximo do pastor Silas Malafaia (Assembleia de Deus Vitória em Cristo). Malafaia tem sido outro expoente a favor dos atos do dia 7 nas redes sociais, alegando que setores de oposição do governo pretendem implantar infiltrados nas manifestações para tumultuá-las.
De acordo com o pastor batista, sociólogo e pesquisador do ISER (Instituto de Estudos da Religião), Clemir Fernandes, “criou-se uma falsa cortina de fumaça de que a liberdade estaria sendo suprimida pelo STF, pelo Congresso”. “Isso atrai para a manifestação o evangélico que tem medo de perseguição”, complementou.
O religioso disse que “essa linguagem de profecia, de batalha no mundo espiritual, isso sempre apareceu em relação a temas próprios da vida dos indivíduos das igrejas”. “Mas já que eles aproximaram isso da política, o 7 de setembro virou um prato cheio”, disse.
Fonte: Uol
Créditos: Polêmica Paraíba