Partidos vão à Justiça para desidratar o PSD

Aliados ao DEM, partidos que estão perdendo filiados para o PSD do prefeito Gilberto Kassab darão início a uma série de ações na Justiça, na tentativa de impedir a migração de políticos e o registro da nova legenda.

Advogados do DEM, PTB, PMN e PPS estão trabalhando juntos para formular questionamentos à sigla que será fundada por Kassab.

A estratégia prevê ações impetradas separadamente e em diferentes instâncias.

O PPS –que tem três deputados federais de saída– entrou, na última terça-feira, com ação no STF (Supremo Tribunal Federal) em que questiona a legalidade de parte da resolução do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que considera legal a saída de políticos de um partido para fundar outro.

É essa norma que viabiliza a movimentação de Kassab e impede que ele e seus seguidores sejam cassados por infidelidade partidária.

Na próxima segunda-feira, o PMN usará argumentação semelhante, em outro instrumento legal: um mandado de segurança, no TSE.

NOME QUESTIONADO

Em outra frente, advogados do PTB e do DEM questionarão o uso da sigla PSD pela legenda que Kassab criará.

O presidente do PTB em São Paulo, deputado estadual Campos Machado, explica que seu partido incorporou o antigo PSD, fundado por Juscelino Kubitschek.

“Até hoje a antiga tesoureira do PSD nos repassa os débitos do partido. O uso da sigla é apropriação indébita”, diz Machado.

O petebista é fiel escudeiro do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

O prefeito costuma dizer que está “tranquilo” sobre a viabilidade jurídica do PSD e segue as articulações para fortalecer seu arco político.

Ontem, ele formalizou a adesão do PC do B e do PMDB à base de seu governo.

Nomeou o comunista Gilmar Tadeu Ribeiro –que trabalhava com o vereador Netinho de Paula (PC do B) na Câmara Municipal– secretário especial para assuntos relacionados à Copa do Mundo.

Na cota do PMDB, Bebeto Haddad assumirá Esportes.