Um protesto organizado por pouco mais de 100 policiais, nesta quarta-feira (22), no Busto de Tamandaré, na orla de João Pessoa, ganhou destaque pelas reivindicações salariais, e também pela participação polêmica do deputado estadual licenciado Sargento Neto (PL). O sargento, que atualmente exerce o cargo de secretário na Prefeitura de Campina Grande, liderou o movimento, gerando críticas por sua postura.
Como representante de uma gestão municipal que enfrenta sérios problemas financeiros, incluindo atrasos salariais e bloqueio de recursos pela Justiça, a participação de Sargento Neto foi considerada contraditória por analistas.
O protesto teve como foco pressionar o governo estadual por reajustes salariais para as forças de segurança. As categorias reivindicam um aumento maior do que o reajuste linear de 5% recentemente anunciado pelo governador João Azevêdo. Segundo Suana Melo, presidente da Associação dos Policiais Civis de Carreira da Paraíba (Aspol-PB), os salários dos policiais no estado estão defasados e necessitam de uma equiparação com a média paga por outros estados do Nordeste. Ela destacou que o reajuste ideal seria de quase 100%.
Durante a assembleia extraordinária realizada no local, os manifestantes definiram o dia 14 de fevereiro como data para deliberar sobre uma possível paralisação a partir de 21 de fevereiro, caso não haja avanços nas negociações.
A presença de Sargento Neto no evento levantou discussões sobre sua legitimidade como líder do movimento. Em meio às críticas, o protesto destacou as dificuldades enfrentadas pelas forças de segurança na Paraíba e reforçou a necessidade de soluções para os problemas salariais e estruturais enfrentados pela categoria.