Paraíba: separados, PT e PMDB sequer iriam ao segundo turno

Sérgio Botêlho

PT-PMDB
Um espectro ronda o PT e o PMDB da Paraíba: desunidos, podem ficar fora do segundo turno das eleições estaduais, deste ano, onde iriam apenas pontificar o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) e o governador Ricardo Coutinho (PSB).
A análise não é minha, embora seja obrigado a admitir, tendo em vista o que representam as candidaturas do ex e do atual governador do estado nas eleições locais. O mote, no entanto, grassa em meio a um número cada vez maior de petistas paraibanos.
“E não é apenas com relação a ausência de PT ou PMDB, no segundo turno paraibano, mas, sobretudo, a falta de um palanque que deveria ser necessariamente forte para a campanha da presidenta Dilma, no primeiro turno, já”, me confidenciou um petista histórico paraibano.
O fato é que a separação entre Ricardo e Cássio, se, por um lado, enfraqueceu o PSB, no governo, por outro lado criou dois palanques, ambos de grande apelo eleitoral na disputa paraibana, já no primeiro turno. Com as maiores chances de eles mesmos irem à disputa, no segundo, já que não teriam uma terceira candidatura capaz de fazer com que a história caminhasse diferente disso. (Cássio, todos conhecem seu prestígio eleitoral, e, ninguém seria tolo de imaginar que, no exercício do governo, proprietário de apelos eleitorais incomensuráveis, junto às prefeituras, e ao povo, Ricardo estaria fora de um possível segundo turno!).
A preocupação petista, que pode estar mesmo ganhando corpo no seio do partido, tanto na Paraíba quanto entre os articuladores do Planalto, não fica apenas na observação dos comportamentos de PT e PMDB. A companheirada toda ainda meio à solta…
Segundo escutei, ontem, aqui em Brasília, tão logo passe o carnaval, começará um trabalho de persuasão para que os demais partidos da base dilmista na Paraíba (PP, PTB, PR e PSC) arrumem um jeito de se coligarem, se possível todos (aqui para nós, considero muito difícil), em torno de uma só candidatura, onde estariam, ainda, o PT e o PMDB, naturalmente.
O primeiro passo a ser dado nesse sentido seria, já no início de março, a nomeação do senador Vital do Rego Filho para um ministério. Ele, irmão do ex-prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rego, pré-candidato do PMDB ao governo da Paraíba.
Sendo dessa maneira, o poder de unificar a base será claramente dado ao peemedebista. Os próximos passos do trabalho de unificação seria reunir o restante da turma, incluindo, o PT paraibano.
Tudo isto, para depois do carnaval. Até lá, tucanos e socialistas, cada um para o seu lado, estarão em vantagem na busca pelo fortalecimento de seus palanques. O que certamente não é muito bom para os principais partidos aliados de Dilma, na Paraíba.