A Paraíba, as pesquisas e a campanha

Sérgio Botêlho

Na leitura das pesquisas de opinião pública erram os que se alegram demais e, também, os que se desesperam. Para repetir o lugar comum, “pesquisa é uma fotografia”. E, como toda fotografia, ela retrata o momento.

A mais nova rodada de pesquisas publicada pelo jornal Correio da Paraíba, nesta segunda-feira, 26, é um dessas fotografias. Sem qualquer surpresa para o momento, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) continua liderando, com folga, a corrida pelo governo do estado.

Enquanto Cássio aparece com 45,9%, o governador Ricardo Coutinho (PSB), segue em segundo, com 26,6% dos votos, enquanto o ex-prefeito campinense, Veneziano Vital do Rego (PMDB) aparece com 10,3%.

Isso significa que se as eleições fossem hoje, o tucano garantiria sua volta ao governo do Estado ainda no primeiro turno. É o que diz o povo da Paraíba na resposta aos questionários do Instituto Souza Lopes, famoso no Sudeste do país.

Até junho próximo, mês das convenções, contudo, muita água vai correr debaixo da ponte que nos conduz do estágio atual até o pleito de outubro. Aliás, o mês de junho é a própria ponte, uma vez que as coligações determinarão muito dos que vai acontecer no pleito.

Neste momento, o que tem maiores chances de montar um palanque mais robusto, com reflexos no tempo do horário eleitoral gratuito, é o candidato do PMDB. Só a coligação com o PT já garante a Veneziano um bom tempo de propaganda.

Para completar, nesta semana a pré-candidata do PT à reeleição presidencial, a presidente Dilma Rousseff, reúne todos os pré-candidatos estaduais do PMDB para um debate sobre estratégias de campanha.

No caso da Paraíba, sabe-se que Dilma pretende reunir mais siglas ao palanque de Veneziano. Há um motivo bem simples nesse propósito: o palanque do ex-prefeito campinense, em aliança com o PT, é o único palanque de Dilma no estado.

Também o ex-governador Cássio Cunha Lima continua empenhado em puxar legendas ao seu palanque, e, neste sentido, conversa com duas siglas da base nacional de Dilma: o PTB, de Wilson Santiago, e o PP, de Aguinaldo Ribeiro. Mas, a preço de hoje, será uma ou outra.

A situação de Ricardo Coutinho não é diferente. Ele luta para, da mesma forma, atrair partidos ao seu palanque eletrônico. Impressionante é que, dos três candidatos, é o que vem encontrando maiores dificuldades no empreendimento, com relação às siglas tradicionais.

As pesquisas, neste momento, cumprem um objetivo básico, que é o de aumentar o poder de atração dos candidatos melhores colocados sobre os partidos, justamente para a formação dos palanques. Com relação ao veredicto final das urnas, praticamente não há influência das pesquisas, conforme já se viu em pleitos anteriores.

 

E, assim, navega a barca!