Opinião

PARAHYBA E SUAS HISTÓRIAS: Rua Tito Silva - Por Sérgio Botelho

Desde sua criação, na década de 1950, junto com a construção do bairro do Miramar, a Rua Tito Silva adquiriu importância.

Foto: Praça das Muriçocas e, à esquerda, a Tito Silva.
Foto: Praça das Muriçocas e, à esquerda, a Tito Silva.

Desde sua criação, na década de 1950, junto com a construção do bairro do Miramar, a Rua Tito Silva adquiriu importância. Como via principal do novo bairro, construído pela Caixa Econômica Federal, tinha como referência urbana maior a Avenida Epitácio Pessoa, que estava sendo calçada naquele momento.

No leito da Tito Silva passava o bonde que, vindo da Imbiribeira (atual Tambauzinho), na demanda de Tambaú, descendo pela atual Rui Carneiro, tinha como ponto final as imediações do Elite Bar. Dessa forma, a Tito Silva fez parte do processo de crescimento definitivo de João Pessoa na direção da orla marítima, onde o Miramar passava a ser um dos símbolos.

A edificação do Clube Cabo Branco acabou enchendo o bairro de uma atmosfera alegre que somente subiu de tom, com o tempo, no embalo dos carnavais e pré-carnavais, e de outras festas, e de memoráveis torneios esportivos, pintando aquele ambiente residencial com as cores e os anseios da classe média pessoense.

Assim, na medida que o novo espaço urbano ganhava destaque social, a Tito Silva acompanhava o embalo. Depois vieram o bairro do Castelo Branco e a UFPB, transformando definitivamente a Tito Silva em uma das mais úteis vias urbanas da cidade. E, enfim, as Muriçocas do Miramar, locupletando o bairro e a rua com o lúdico elevado à categoria da mais forte marca social de ambos.

A rua começa, no Rio Jaguaribe, na ponte bem próxima do Castelo Branco, e segue até a Epitácio Pessoa. O homenageado, nascido Tito Henrique da Silva, fundou em 1892, a Fábrica de Vinhos de Caju Tito Silva & Cia, na Rua da Areia, marco importante no desenvolvimento industrial e cultural da cidade.

(O velho prédio da Tito Silva, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional-Iphan, foi, um dia, devidamente recuperado pela eficiente e relevante Oficina-Escola de Revitalização do Patrimônio Cultural de João Pessoa, criada em 1991 e, ela própria, a Oficina, um capítulo especial da história paraibana). Tito Silva foi também um dos fundadores do jornal A União, em 1893, tendo sido o seu primeiro administrador.