Por Rui Galdino Filho
Certa dia, conversava com um colega no café de um shopping de nossa capital. Faláva-mos sobre esporte e cultura. De repente, aparece um cidadão bem conhecido da política paraibana, vem até a nossa mesa, nos cumprimenta e pergunta as novidades. Eu disse: tudo de velho, a novidade é lhe ver depois de tanto tempo. E ele disse: é, estou aguardando Cássio voltar para o Governo, para que eu possa voltar para o Palácio. Então eu trepliquei: só se for em 2019, pois, até lá o Governador vai continuar sendo Ricardo. Então, ele nos cumprimentou novamente e foi embora dizendo: 2014 vem aí !
Daí pra frente, a conversa com meu colega mudou de rumo e o assunto passou a ser política. E a conversa foi longa. Porém, durante o nosso bate papo, o colega disse: Rui, você sabe quem são os “cachorros” e os “gatos” do poder ? E eu respondi: não entendi a sua pergunta. Então ele passou a explicar: com todo respeito aos animais, no poder existem algumas pessoas que podemos comparar com algumas criaturas, vejamos:
O cachorro é um animal fiel e amigo que acompanha o seu dono para onde ele for. Além disso, defende o seu dono quando necessário, independente das circunstâncias que seu dono estiver. Eu conheço um caso, que quando o cidadão faleceu, o seu cachorro ficou debaixo do caixão durante todo o velório chorando a perda do amigo. Dizem até, que este mesmo cachorro, passou a viver defronte a cova do amigo, até morrer. Um grande exemplo de amizade e fidelidade eterna, assim são os cachorros.
Já o gato é diferente ! Apesar de ser um animal também de estimação, é afável e carinhoso de acordo com o momento, algumas vezes gosta de chantagear seu dono por melhor alimentação e espaço na casa, tem as unhas afiadas e adora as ratazanas. No entanto, o gato se acostuma com o local que vive, com o ambiente físico da casa. Se o dono deixar o imóvel, o gato não o acompanha, prefere ficar no local que estava, pois o gato não é amigo e nem fiel ao dono, e assim, dizem que são os gatos.
Então, eu escutei atentamente as suas explicações, e o meu colega continuou dizendo: esse cara que saiu daqui a pouco tempo, é uma espécie de “gato do poder”, ou seja, ele quer que Cássio volte, para que ele também volte para o Palácio. Puro interesse ! Se Ricardo lhe desse espaço ele defendia o Governador. Uma pessoa dessa, não merece confiança, não é amigo de ninguém, e sim do poder. Ele gosta do Palácio e não do Governante. É um verdadeiro “gato”, por isso, ele quer que Cássio volte em 2014, pois, não aguenta mais ficar sem tomar leite, ou seja, ele quer voltar a “mamar nas tetas do governo”, e a Paraíba que se exploda, concluiu o meu colega.
Achei as comparações bastante inusitadas. E a conversa do colega me chamou a atenção. Realmente, a Paraíba e o Brasil estão repletos de “gatos do poder”, pessoas que só pensam em si, em seus interesses pessoais e familiares e não na coletividade. Com relação aos “cachorros do poder”, eles são poucos e estão em extinção, porém, ainda existem.
Faço um apelo aos nossos governantes, políticos e demais lideranças para que tomem cuidado com os “gatos do poder”. Eles podem ser até necessários em alguns momentos, porém, não são confiáveis e podem causar grandes estragos quando são contrariados ou esquecidos. Na minha casa, sempre criei cachorros, já tive 07, três morreram de velhice e um de doença, hoje, só tenho 03 que cuidam da casa como se donos fossem, realmente são meus amigos, porém, nunca criei gatos, por que os meus cachorros nunca permitiram.