Rubens Nóbrega
Permita-me retomar o assunto UEPB, em defesa da UEPB, fantástico patrimônio da Paraíba que sob a competência do Reitorado Marlene Alves virou tesouro cada vez mais valorizado no mundo da educação pública superior. Retorno de carona na escrita inteligente e brilhante do Professor Eli Brandão e do multitalentoso Emerson Saraiva. Deles me aproveito a seguir para servir conteúdo de qualidade aos leitores.
Começo pelo Professor, que acredita firmemente na nomeação do reitor eleito da UEPB, Rangel Júnior, pelo governador Ricardo Coutinho, de quem Eli guarda, entre outras, as seguintes lembranças: “(…) lembro de alguns encontros, em Cabedelo, quando ele era vereador, em companhia de um amigo (falecido) Pastor Valdenor, aliado dos movimentos, e, doutro tempo, quando muitas páginas escrevi no seu Gabinete na Assembleia Legislativa, cedido pelo então Deputado que lutava conosco, naquela longa e dolorosa (mas vitoriosa) greve (refere-se à greve de fome liderada pela Professora Marlene Alves em protesto contra a recusa do então governador José Maranhão de dialogar com os grevistas da UEPB)”.
O Professor Eli lembra ainda que Ricardo Coutinho, servidor da UFPB, muito provavelmente foi um dos mais ardorosos defensores da tese que virou palavra de ordem da democracia nas universidades públicas brasileiras: “Reitor eleito é reitor nomeado e empossado”.
E arremata: “Por essa história, não tenho motivo para não acreditar que o governador nomeará o candidato eleito pela Comunidade e que a UEPB prosseguirá seu rumo de crescimento, para o bem da Paraíba”.
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A propósito… Felizmente, para Margareth Diniz, sua nomeação como Reitora da UFPB não dependeu da vontade do governador Ricardo Coutinho. Imaginem o chá de gaveta que ela seria obrigada a tomar no Palácio da Redenção se por lá chegassem os autos do conturbado processo sucessório da Federal. Se, na UEPB, onde Rangel Júnior foi eleito por consagradora votação em primeiro turno há sete meses e, mesmo assim, sua nomeação continua em banho-maria ou em alguma frigideira da Granja… Imaginem, então, o que seria de Rangel se tivesse passado pelo que Margareth passou.
‘O tamanho do rombo’
A respeito de um relatório de auditoria nas contas de 2011 da UEPB que vem sendo explorado por esbirros da ditadura paraibana para atingir a gestão da Reitora Marlene Alves, “tenho a palavra mais certa pra doutor não reclamar”. Palavra de Mercinho Saraiva, que sob o título que dá título a esse tópico matou a pau. Assim:
– Em 2010 e 2011, que eu saiba, não foi feito nenhum escarcéu sobre a avaliação inicial e temporária do TCE, como ocorre agora. Naqueles anos não havia, provavelmente, o mesmo interesse que existe agora em fazer com que a opinião pública imagine que a UEPB sofre com desmandos que dilapidam o patrimônio público e que apesar de tantas obras, projetos e tanto crescimento, a instituição estaria sendo saqueada por um grupo que a teria tomado de assalto, sem qualquer legitimidade (quando foi mesmo esse “golpe”?). (…) as irregularidades que alguns alegam estarem dominando as contas da UEPB só estão presentes em 0,66% (zero vírgula sessenta e seis por cento) de seu orçamento total, segundo atesta o próprio Tribunal de Contas do Estado em relatório ainda passível de correções.
(…) Não acho que seja aceitável nem 0,0001% de falha ou erro quando se fala em recursos públicos (…) Mas, independente disso, apesar de até ter procurado muito nos últimos tempos, não consigo ver, sinceramente, que instituição é essa que tanto falam, que se encontra imersa em um verdadeiro caos administrativo e vitimada por saques e desmandos. Mas, como toda unanimidade é burra, viva quem discorda!
Homenagem a Barreto
O Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos da UFPB vai homenagear hoje o Professor Francisco Barreto “por sua história de luta e resistência à ditadura militar”, conforme assinala no convite para o evento a Professora Lúcia Guerra, coordenadora do NCDH. A homenagem será realizada às 15h no auditório do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ), Campus de João Pessoa, durante o VII Seminário Internacional de Direitos Humanos da UFPB, que este ano dedica-se ao tema ‘Memória, Verdade e Justiça de Transição’.
Liderança estudantil cassada pela ditadura em 1969, Barreto exilou-se na França, onde morou por nove anos. Nesse período, estudou, trabalhou e ajudou militantes de esquerda a fugirem do horror que se instalou no Brasil após o Golpe de 64. Fazendo dupla com um grande amigo seu, o músico Fernando Marinho Falcão, durante um bom tempo Barreto virou habitué dos cafés de Paris mais frequentados por turistas brasileiros, dos quais furtava os passaportes.
Uma vez remetidos ao Brasil, aqui os documentos ganhavam novos titulares, em geral pessoas que viviam na clandestinidade e precisavam sair ‘legalmente’ do país para não serem presas e torturadas ou eliminadas pelo regime de então. A história do ‘Ladrão de passaporte’ foi contada resumidamente por este colunista em crônica publicada no último domingo. Será revelada em todos os seus detalhes em livro de memórias que Barreto está por concluir.