PARA LUCIANO CARTAXO E RICARDO COUTINHO LEREM ANTES DE DORMIR

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A Soberba como má conselheira, Por Walter Santos

Mas vale o diálogo e superação

Já faz algum tempo que acompanhamos de perto os meandros da política na Paraíba e, nos últimos anos, envolvendo todo o Nordeste e os principais estados do País. De tudo que escuto e vejo, impressiona-me como tantos lideres se perderam (ou podem se perder) no caminho por falta de controle e subida de órbita política no trato da vida e conjuntural normal.

Fernando Collor de Melo é, no plano federal, o nome exato de uma soberba sem tamanho que, não fosse ela, jamais teria saído do Governo afastado, impedido, através do voto parlamentar. Achava-se acima do bem e do mal – e não era nada disso. Resultado: manchou uma trajetória meteórita e bonita desqualificando-se para nunca mais se meter a besta.

Na Paraíba, Tarcisio de Miranda Burity foi um personagem margeando este conceito de soberba. Homem culto, intelectual de primeira linha, entrou na política pelo acaso (tem o nome do general Reinaldo Almeida, filho do poderoso José Américo de Almeida), fez uma primeira gestão operosa, mas no segundo mandato foi um desastre.

Não tolerava os políticos, mandou demitir mais de 30 mil, etc, resultado: nunca mais foi nada no Estado.

Num tempo passado, recentemente, cremos que José Maranhão também ousou arrebitar o nariz achando-se todo poderoso. Ouvia pouco, dava “chá de cadeira”, mas precisou se enquadrar com uma derrota para um líder político emergente por pura falta de humildade e maior profissionalismo com projeto de futuro para o estado ao longo da campanha. De lá pra cá, só amargou derrotas.

O próprio Cássio Cunha Lima já experimentou desse “fastio de humildade”. O seu primeiro mandato é um exemplo típico disso. Passou muito tempo abusado, não gostava das cobranças dos aliados, “detestava” a bajulação em João Pessoa e quase se perde. A cassação do mandato foi outra circunstâncias mas, a perda do mandato o fez enquadrar o juízo e cair na real, ou seja, de que ele (nem ninguém) é maior do que humildade indispensável na política, mesmo exercendo-se a autoridade.

As velhas lições populares

Todos estes personagens remetem ao governador Ricardo Coutinho, um gestor operoso no campo administrativo – isto sem entrar no mérito dos encaminhamentos avessos postos em prática diferentemente do prometido -, mas que o “ser gerencial” é morto a cada dia pelo cidadão que está dentro dele.

Talvez ele não dimensione o grau onde já chegou sua “brutalidade” desnecessária, seus maus tratos – tudo servindo de peso neste novo momento que passa a viver querendo a reeleição, mas com um saldo negativo nas relações pessoais tornando quase impossível a reversão da alta taxa de rejeição contra ele. Faz de tudo agora, mas por passar com falso poucos acreditam.

O prefeito Luciano Cartaxo está distante dessa condição de Ricardo, mas precisa refletir urgente sobre procedimentos e processos em torno e em curso porque há sinal amarelo no caminho, em face exatamente dos valores humanos normais que cercam um líder político.

Enquanto há tempo, ou reflete e contextualiza tudo dentro de sua origem e pacto amplo original, ou pode incorrer em sérios problemas a curto prazo.

Como se diz lá na Torrelândia, só cego é que não vê!. E tudo é tão fácil de resolver!

Talvez este cenário seja fundamental para a superação da surdez, pois do contrário, pode se transformar em danos por pura falta de valorização das pessoas, processos e dos princípios gerados na fase pós ascensão. Sua reeleição depende deste conjunto de nutrição para estancar perdas desnecessárias porquanto ele é o nome em evidência para, se souber, ser reeleito e até chegar ao Palácio da Redenção.

Mas vai precisar rever a “onda” criada.

Em síntese, é em cima dos erros alheios que o personagem perigoso tenta se reagrupar em João Pessoa.

O QUE ENSINA A HISTÓRIA

Não fosse a soberba de Ricardo, cremos não ser falso admitir que as chances dele fazer Luciano Agra reeleito em João Pessoa seriam enormes. Fincou o pé, afastou todos seus amigos das antigas, como se fosse pouco ter brigado com a sociedade orgfanizada, e resultado: perdeu muitos apoios e construiu as condições para seus ex-amigos se articularem com a ascendente performance de Luciano Cartaxo unindo as forças para consagrar uma vitória de alto valor significativo. Leve-se em conta a coragem e determinação do lider petista.

Na política, como na vida, quando um não quer, dois não brigam – algo que RC agora se ajoelha para ter, como fez recentemente com Nonato Bandeira, que, elegantemente, declinou de benesses para seguir um projeto em curso, hoje em turbulência desncessária.

Se é assim, tem que se recorrer à história para se evitar, quando se quer, erros primários e antigos porque não tem jeito, o caminho é valorizar sempre e pactuar com os aliados de primeira hora, com todos, afinal.

Só com desfeitas, Ricardo pode voltar a ascender na capital paraibana surfando em erros alheios, que hoje deve se arrepender demais, mas já é tarde.

EXEMPLO

Enquanto o diálogo tem se escasseado com setores da militância cultural, o governador já se articulou com o Iphan (cedendo lugares) e entidades para no Folia de Rua e Carnaval ocuparem espaços no Centro Histórico.

ÚLTIMA

“Amigo é coisa pra se guardar/
do lado esquerdo do Peito…”