João Manoel de Carvalho
Para tentar ser minimamente isento a respeito da análise do permanente e raivoso confronto oposto pela oposição paraibana ao governador Ricardo teremos, por primeiro, reconhecer que nem todas as queixas e dissabores dos adversários do Governo seriam impertinentes ou injustificáveis.
Deve haver alguns laivos de erro em algumas decisões do Governador, que teriam traumatizado os seus opositores e dado alimento e combustível para que eles fizessem desencadear sobre ele uma onda de ressentimentos e frustrações dessa profundidade.
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É bem claro que esses ressentimentos e traumas irrompem, com maior clareza e intensidade, no âmbito do Poder Legislativo, mas parecem não ter chegado a sensibilizar a opinião pública a ponto de se generalizar, perigosamente.
Fora do Poder Legislativo a insatisfação parece localizada e apenas atingir, em mais elevado grau, os servidores públicos estaduais, os agentes fiscais da Receita, os médicos, que não conseguiram absorver os estilo incisivo de governar e que essas classes insistem em considerar autoritário e, portanto, pouco sensível ao diálogo com as respectivas categorias.
De sua parte, o governador em constantes pronunciamentos, insiste em afirmar que tem enfrentado a insensatez e a incompreensão desses setores que julga corporativos e que vinham sendo alimentados pela tolerância excessiva e pela leniência de administrações anteriores.
O governador costuma lembrar que foi sempre tão forte a pressão desses segmentos sobre os Governos, estes terminaram, em muitos casos, tornando-se reféns dessas classes e categorias e de interesses corporativos quase sempre muito pouco legítimos.
Diante daquilo que o governador Ricardo Coutinho denomina de pressão do corporativismo sobre o Governo, ele próprio preferiu o caminho do trabalho e da realização de obras de infraestrutura em todo o Estado, buscando nessa alternativa encontrar a melhor forma de comunicação com a população esperar que os que combatem com tanta tenacidade tenham um momento de reflexão para aplacar seus ódios e rancores.
Não é à toa que o governador promove uma verdadeira “blitz” de construção de obras de infraestrutura em todo o Estado incluindo os grandes e pequenos municípios, construindo estrada, ligando comunidades através de estradas vicinais e dando seguimento à edificação de hospitais e unidades de Pronto Atendimento para levar a medicina de urgência a todos os rincões do Estado.
Seria lícito propor que o Governo promovesse alguns reparos no estilo dito autoritário que a oposição vê em alguns atos governamentais e, por sua vez, a oposição reformulasse seu comportamento político, eximindo-se do tom raivoso e rancoroso de seu discurso político.
O grande beneficiário dessa reformulação geral seria, sem a menor dúvida, a Paraíba e os paraibanos.
