Enquanto o Congresso analisa o decreto do presidente Jair Bolsonaro (PSL) acerca da flexibilização do porte de arma no Brasil, o Polêmica Paraíba procurou um instrutor de tiros para saber como é o treinamento de cidadãos comuns, que desejam ter uma arma de fogo, e qual a diferença desse treinamento nos clubes de tiro para o preparo cotidiano de policiais, que trabalham com armas combatendo o crime nas ruas.
O policial Tarcísio Jardim é instrutor de tiros na Polícia Civil da Paraíba e trabalha também em empresa privada que oferece cursos para cidadãos. Em conversa com o Polêmica Paraíba, Tarcísio disse que, ao contrário do que se pode imaginar, não houve aumento no número de alunos nos cursos de tiro, ele disse que mais pessoas procuraram saber horários e valores, mas “até o momento não houve aumento de participação efetiva nos cursos”, destacou.
Instrutor da Academia Paraibana de Polícia há alguns anos, Tarcísio fala que o trabalho com o treinamento de policiais é importante e contínuo, mas defendeu que o agente que está em atividade, já segue preparado para a ação. Ele destacou ainda que muitos policiais buscam treinos extras em clubes de tiros.
Já como instrutor no serviço privado, Tarcísio explicou que para fazer o curso de tiros não é necessário qualquer laudo psicotécnico, “o laudo é necessário para a Polícia Federal, quando a pessoa vai pedir a posse ou o porte de arma, para fazer o curso a pessoa precisa ter mais de 18 anos, não responder inquérito policial ou ter sido preso”.
Participar de um curso não o faz apto a ter uma arma, “ele aprende apenas a parte técnica, quem vai saber da aptidão dele para comprar uma arma é a Polícia Federal”, disse. O instrutor explicou que o curso básico tem duração de oito horas, em um mesmo dia “começando com a parte teórica, depois a pessoa começa a manusear a arma sem disparar e, só depois começam os disparos de aclimatação e depois 100% do exercício”, com cobrança média de R$ 550. Já os cursos mais avançados, segundo Tarcísio, são mais procurados por policiais, promotores, juízes ou advogados.
Para Tarcísio, ter uma arma em casa serve para o cidadão comum se defender, ele justifica que “se um bandido vai invadir uma casa para roubar alguma coisa e sabe que numa casa o dono tem arma e em outra o dono não tem, em qual ele vai escolher entrar”, questionou. Ele seguiu dizendo que a População brasileira não queria o Estatuto do Desarmamento e votou contra quando houve o referendo, mas teve sua vontade desrespeitada, “agora que o decreto está atendendo a vontade do povo”, afirmou.
Tarcísio Jardim finalizou dizendo que o brasileiro foi acostumado “a ser ovelha”, sendo vítima fácil dos opressores. “Aprende a obedecer e esperar que os outros façam as coisas por ele, a gente tem que aprender a lutar, as populações mais desenvolvidas do mundo se desenvolveram através de luta, através de desastres ou guerra civil, seja como for”, finalizou.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Polêmica Paraíba