PADROEIRA DE SOUSA: Inaldo fala de religiosidade com muitas conversas políticas e Mariz

inaldo e lindolfo
FESTA DE SETEMBRO
Inaldo Leitão
A festa da padroeira, festa de setembro, ou festa de Nossa Senhora dos Remédios, como é denominado o tríduo litúrgico-eclesiástico-católico da nossa paróquia a cada ano, começava, para mim, ainda criança, ali pelos quatro anos idade, através de variados chamamentos. Lá vão setenta e cinco anos. Iniciava com as informações bastantes antecipadas anunciadas pelos vigários de então, durante as pregações nas missas, novenas e outras reuniões dos paroquianos, que eu freqüentava algumas vezes. As referências a detalhes da programação do evento religioso e social, faço-as por residir a minha família na rua ao lado da Igreja Matriz, e dos meus pais, minha mãe principalmente, serem incluídos entre os noitários e colaboradores.
O vigário em reuniões com paroquianos, definia a extensa programação religiosa e social, que constava da escolha dos noiteiros e das senhoras encarregadas do recebimento de contribuições e esmolas, administração das barracas da igreja onde se vendia bebidas e comidas, realizava-se o leilão dos bens doados e recebidos, geralmente galinhas, perus, guinés, carneiros, garrotes, sempre coisas rurais. “Senhoritas da sociedade” vestindo trajes típicos em cores escolhidas, davam o tom do atendimento, da disputa pelo sucesso financeiro final. Uma honra que cabia a poucas famílias.
Com a fixação de espaços a serem ocupados pelos comerciantes, que pagavam o foro para uso e desempenho de suas atividades de animação como parques de carrossel, roda gigante, canoas, etc, venda e sorteio de brindes e comidas, visualizava-se a preparação do ambiente. A procissão de acompanhamento, do hasteamento e da entronização solenes do pavilhão heráldico da paróquia era uma noite festiva, era o ato oficial de abertura . Seguia-se o novenário, o ajuntamento noturno, com as pessoas circulando no largo em frente à igreja, e, finalmente, a procissão monumental com missa de encerramento da comemoração religiosa, com o comparecimento massivo de milhares de paroquianos, a missa e os discursos de agradecimentos de praxe, do pároco e de um colaborador escolhido, geralmente um bacharel em direito, juiz ou promotor público. Fui orador em algumas dessas solenidades, nos idos dos Anos Sessenta do século passado.
Todos esses atos públicos, eram realizados e abrilhantados com presença da banda de música local, executando dobrados e partituras solenes escolhidas para a ocasião. E canções alegres que, enfeitavam a vida social. É o que me acode à memória quanto ao cerimonial profano e religioso. Quanto à exaltação de pessoas e grupos no desenvolvimento de sua presença no ambiente festivo, nas disputas, nos namoros, paixões, gastadeira, brilho no vestir, etc. fica para depois.

O MÊS DE MARIZ
Setembro é o mês para relembrar Mariz. No dia 16 do ano de 1995, às 18h05min, seu coração parou de bater e as lágrimas escorreram pelo rosto de milhares de paraibanos. Os eleitores que o elegeram, frustrados e desolados, viram fugir dos seus olhos a esperança de dias melhores e um projeto que tinha como marca a solidariedade humana. Nesta foto, estávamos em campanha (1994) construindo o sonho que Mariz sempre teve de governar a Paraíba – e fazer a diferença. Ao tirar a vida do nosso eterno líder, a morte deu um tiro na história. Seus ideais de justiça e liberdade, porém, fizeram morada em muitos corações. — com Antônio Mariz gov, Luiz Queiroz a e Jonhson Abrantes.

MARIZ 2