Os tablets de Cícero e a meninada!

Gilvan Freire

Toda campanha eleitoral tem sempre uma questão polêmica que domina a discussão política. Às vezes, são os fatos do período, um discurso agressivo, uma ofensa pessoal, uma violência física, ou até mesmo um episódio pitoresco, singelo, que ganha dimensão e importância maior do que ele próprio tem.

Também é comum ocorrerem denúncias graves que, se bem instrumentalizadas, podem mudar os rumos da campanha e destroçar candidatos. Outras possibilidades são aqueles fatos artificializados com o objetivo de devastar boas candidaturas, somente por serem ameaçadoras no processo de disputa. Desses tipos muitos já arruinaram líderes bons e colocaram em seu lugar gente nem tanto. A História é construída por essas situações humanas, ora pouco explicáveis, ora explicáveis, ora nunca.

Ainda ocorre, em campanha, de uma grave denúncia ter efeito contrário. Ou seja: além de não surtir os efeitos pretendidos pelo denunciante, favorecer o denunciado. Há de tudo e só Deus sabe por antecipação qual será o resultado. Os homens saberão depois.

Ao que parece, em João Pessoa, na atual campanha, nada de extraordinário deverá acontecer que já não esteja imaginado pela população, tamanho o grau de esclarecimento do povo sobre os candidatos e o que eles representam.

De novo mesmo só há o candidato Renan e sua pregação em desfavor dos preconceitos que, ao lado das questões ambientais (que todos os candidatos já incorporam), viraram uma questão ideológica com grandes avanços. Por cima, Renan é politicamente correto na abordagem dos temas gerais das eleições.

Luciano Cartaxo e Estela, dividem por causa de RC e Agra a paternidade do modelo girassol de governo, uma obra que os dois realizaram por fatias mas colocaram na mesa do consumidor pessoense como frutas de espinhos – os abacaxis, cada um tendo de descascar o outro. Tirando a casca, os espinhos e o talo, indigestos, o que sobra é pouca coisa azeda, porque o fruto foi adubado com veneno e regado com inverno escasseada de muitas ventanias e poeira.

Maranhão pôs na língua uma linguagem própria das novas conjunturas políticas do país, oferecendo-se com um perfil inatacável de honorabilidade que o faz virgem, embora rodado nos cargos públicos. Fica mais novo. Ou remoçado.

Cícero se aproveita de sua reconhecida doçura de trato para repregar o novo modelo de gestão, que se contrapõe ao girassol vigorante, permeado de frutas espinhentas.

Contudo, enquanto as idéias e programas administrativos dos candidatos começam a ser delineados, Cícero já pôs seu melhor projeto na rua, a compra, pela prefeitura, a partir do 2º semestre de 2013, de computadores portáteis para 55 mil alunos da rede escolar pública e seus professores. A era do conhecimento chegou a casa dos plebeus. Já era tempo.

Porque os estudantes da escola privada podem ter um computador que pobre não pode comprar e nem pode ter?