Os rumos da oposição na Capital

Gilvan Freire

O povo está entregando à oposição, na capital, um patrimônio eleitoral que poucas vezes disponibilizou antes. É bem verdade que o eleitor de João Pessoa quase nunca foi dócil ao governo, certamente por conta do próprio histórico oposicionista e por causa das políticas públicas dos governantes que só raramente contemplam a cidade com obras imponentes, compatíveis com seu grau de importância. As maiores obras e aquelas que gerem orgulho e elevem a autoestima do pessoense, parece que os governadores deixam a cargo dos prefeitos.

A verdade é que nenhum governador fez por João Pessoa o que Ronaldo e Cássio fizeram por Campina Grande, a não ser aproximadamente o que Buriti fez.

A lição, porém, é que não basta fazer pela cidade. É preciso falar diretamente aos interesses da população, um aglomerado humano que vive em regime de associativismo com os servidores públicos. Buriti olhou para um lado e descuidou do outro. E pagou o pato. Qualquer um pagará.

Hoje, o fantasma de Buriti ronda a cidade. E assusta. Até 2012 ele assombrará os imprecavidos.

OS MOTINS EVOCAM OS FANTASMAS

Só não vê quem não quer, é em João Pessoa onde está em movimento a maior organização política do Estado. A Capital virou território da guerra eleitoral contra RC, e ainda não se manifesta através dos líderes, e sim através do povo diretamente. Nem a cidade tem grandes obras para comemorar, nem o povo recebe atenções para agradecer. E nem vai mais dar tempo. Luciano Agra não sabe o que deve fazer. Quem manda deixar tudo para última hora e ficar dependente de RC?

Mas o povo começa a canalizar as insatisfações. É ai onde os líderes aparecem. Os eleitores querem apontar nomes. Sabem que precisam de um candidato. Eles já estão sendo postos nas vitrines.

Se a oposição pregar o voto útil, ou seja, derrubar o governo pelo ‘voto fiel’, aquele que não migrará para situação em nenhuma hipótese – que não trair e não negociar a alma num segundo turno -, o setor governista estará perdido. Só um milagre salvará. E, ao que parece, Deus não está disponível para obrar milagres em favor de RC. Deus não quer competidor. Também pudera!

Um dos deuses excluirá o outro. E Luciano Agra ainda não sabe qual dos deuses tem mais poder. Já seus adversários sabem quem não é Deus e quem não tem poderes divinos.