Polêmicas

Os recados da natureza

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Paulo Santos

Décadas de descaso administrativo na cidade de João Pessoa são lembrados, anos após anos, pela natureza. Há muita embromação, enrolação, retórica e pouco cuidado com a cidade de Nossa Senhora das Neves. O quadro se agrava à medida em que os políticos não dão a mínima para o chamado “bem comum”.

Poucas cidades no mundo têm beleza e exiberância semelhantes a João Pessoa, mas seus políticos tentam a todo custo destruir essa Filipeia pela via do descaso, do abandono, da leniência e da irresponsabilidade. Parecem que se esmeraram na necessidade de ganhar mais pontos em índices negativos que os antecessores.

Os políticos, com ou sem mandato, não parecem trafegar por essas ruas abençoadas nos antigos ou novos bairros, não se importam com as (péssimas) condições de vida dos habitantes deste lugar, sobretudo aqueles que se aglomeram nas periferias, empurrados para lá pelo abandono em outras áreas.

Os pontos de alagamento que são vistos na Lagoa do Parque Solon de Lucena não diferem daqueles que surgem das chuvas nas imediações de Mangabeira, do Valentina, dos Bancários ou em Oitizeiro e Cruz das Armas. Os deslizamentos noTimbó são semelhantes aos que ocorrem no Alto do Mateus.

Com chuva, o que une um ponto e outro de João Pessoa é a desgraça, o sofrimento. Crianças e adultos da pobre Comunidade Saturnino de Brito perdem noites de sono sob ameaça de quedas de barreira. Os moradores do Bessa, que tem de ser chamado de “bairro nobre”, às vezes perdem dias de trabalho ilhados por ruas transformadas em pequenas lagoas.

Um dia, qualquer dia, a natureza manda a fatura. Cobra dos desafortunados a conta dos que não cumprem com suas promessas, com suas obrigações. Nisso a Capital paraibana se assemelha à Baixada Fluminense, aos arredores do Recife e outras localidades deste país. Quem sabe essas populações serão respeitadas e quem mais vai agradecer é a própria natureza.

DEMISSÕES
A filiação ao PEN e as recentes alfinetadas do ex-prefeito Luciano Agra na área da saúde, no prefeito Luciano Cartaxo (PT), podem ter repercussão no Semanário Oficial do Município. Não é improvável que os estremecimentos levam á substituição de secretários fiéis ao ex-alcaide, aproveitados na gestão petista. O número três anda em alta em Água Fria.

BOTAFOGO
Muito justas as homenagens prestadas pela Assembleia Legislativa e a Câmara Municipal de João Pessoa ao Botafogo de João Pessoa pela conquista do campeonato paraibano de 2013. Poderia ser melhor se, em anos anteriores, as duas Casas também tivessem homenageado as conquistas de Treze, Campinense e Sousa.

ENERGISA
É incompreensível como Energisa usa e abusa da paciência do consumidor sem que ninguém, na Paraíba, adote uma medida punitiva contra a concessionária de distribuição de energia. Há alguns meses a Energisa fazia a “leitura” do consumo doméstico e, no mesmo instante, entregava a fatura. Agora, deu “ré pra trás”: o resultado da leitura é entregue apenas alguns dias depois.

BANCADAS
Não parecem ser sérias as reclamações da maioria dos deputados estaduais por conta da redução das cadeiras na Assembleia Legislativa. Brigam tanto para impedir a redução, mas dificilmente uma sessão ordinária tem mais de 20 parlamentares, a não ser quando há votações que interessam ao Governo. Quando há comparecimento maciço, o conteúdo dos debates é de qualidade duvidosa.

CANCELAMENTO
Estranho, muito estranho mesmo, o cancelamento na undécima hora da atividade que o PEN realizaria nesta sexta-feira, na Câmara Municipal de Cajazeiras. O evento estava sendo organizado pelo deputado José Aldemir para implantação de comissões provisórias naquela área do Sertão. A explicação oficial foi “compromissos assumidos anteriormente pelo presidente do PEN, deputado Ricardo Marcelo”. Que foi em cima da hora, isso foi, para evento numa cidade tão distante da Capital.