Os que passam fome

Aline Lins

Os que passam fome e sede no Nordeste gostariam de não precisar estender pires para governo nenhum, por assistência social para atravessar estiagens, sobreviver às desigualdades regionais e até a vetos do governo federal a partilhas mais justas das riquezas do país. Um povo da laia, ou seja, da casta, do jaez do nordestino – que é forte, perseverante e que tem fé –, preferiria não depender de carro-pipa para beber água e gostaria de conseguir plantar o próprio alimento, trabalhar dignamente para sobreviver com o suor do rosto, a depender de bolsas e auxílios. Na Paraíba, 613 mil vivem em situação de extrema pobreza. Mas é como diz a música “Zóio da lula” (Charlie Brown Jr.). “Meu escritório é na praia/eu tô sempre na área/ mas eu não sou daquela laia, não./Então deixe viver, deixe ficar/deixe estar como está”.
Cisternas
Em nota, o Ministério do Desenvolvimento Socail e Combate à Fome informou as ações feitas na Paraíba. Desde 2003, foram construídas 60.789 cisternas, sendo 9.772 nos últimos dois anos. É essa tecnologia social que tem garantido o acesso à água, assim como a segurança alimentar e nutricional de milhares de famílias.

Mais severos
A ministra do MDS, Tereza Campello, disse, ainda, que se não fossem as ações realizadas pelo governo federal em parceria com os municípios, estados e sociedade , os efeitos da estiagem no Nordeste, especialmente no semiárido, seriam mais severos.