Os perigos que rondam o governador

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Josival Pereira

O inquérito da Polícia Federal concluindo que recursos do projeto Jampa Digital teriam sido desviados para a campanha do PSB em 2010 põe o governador Ricardo Coutinho numa zona de extremo perigo para 2014.

Registre-se, por verdadeiro, que o governador Ricardo Coutinho não foi indiciado e que a Polícia Federal (PF) apenas recomenda que seja solicitado à Justiça um pedido de investigação contra ele.

Observe-se ainda que, como a denúncia envolve o empresário Duda Mendonça, o ministro Aguinaldo Ribeiro e dois deputados federais não citados, haverá certamente divisão de foco e diluição de responsabilidades.

É possível ainda que entre os 23 indiciados existam servidores da antiga administração socialista que frequentem grupos políticos hoje rivais do governador e ocorra que todos acabem recolhendo as pedras nas mãos.

Mas perigos graves rondem o governador Ricardo Coutinho.

O primeiro deles é que, nas circunstâncias políticas instaladas no país depois das manifestações de protestos, não é nada bom para nenhum político deixar incorporar denúncias de corrupção ao seu currículo.

Outro perigo é que esse relatório da PF estimule a oposição e iniciar uma sequência de denúncias, aproveitando a maré, para tentar criar mais embaraços para a imagem do governador Ricardo Coutinho.

O problema é que os políticos todos já saíram das manifestações com a imagem em baixa e Ricardo já tem sérios problemas de popularidade. Não será nada bom para a campanha da reeleição deixar que denúncias rondem muito próximas ou dentro de casa.

Um terceiro perigo é que esta questão aporte na Assembleia, com pedido de autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para abrir processo contra o governador Ricardo Coutinho, só em 2014, o que é muito provável. Ricardo terá, então, no ano da campanha, um debate extremamente desfavorável num ambiente reconhecidamente hostil. Nada bom.