Internamente, o Grupo Cunha Lima tem feito avaliações informais sobre o quadro sucessório de 2014. Naturalmente, a possibilidade de candidatura do senador Cássio Cunha Lima (PSDB) ao Governo é o ponto preponderante das conversas. Objetivamente, à essa altura, já se tem delineado um panorama para o próximo ano com os ônus e bônus de um Cássio candidato.
Entre os ônus, destacam-se algumas deduções óbvias, mas não inevitáveis. O grupo tem a consciência, por exemplo, das dificuldades políticas (não instransponíveis) relativas ao discurso político. Aliado de primeira hora do governador Ricardo Coutinho (PSB) e eventualmente apontado como o grande responsável pela eleição dele ao Palácio da Redenção, Cássio sempre se comportou como parceiro, cúmplice e apoiador do atual governo estadual.
Esse tipo de enquadramento já foi feito pelo próprio Ricardo, em uma de suas últimas e incisivas entrevistas sobre a questão. Segundo o governador, Cássio é tão governo quanto ele e uma candidatura no próximo ano seria “surpreendente” e “pouco natural” do ponto de vista da coerência. “Detalhe” que já faz parte dos discursos de adversários, notadamente do pré-candidato do PMDB, Veneziano Vital do Rêgo.
A “caneta” de Coutinho, aliás, é uma força nada desprezível, segundo reconhecem integrantes do Grupo Cunha Lima, numa campanha em que a estrutura logística e os custos serão elementos consideráveis.
Bônus
Uma ala do grupo, à essa altura majoritária, considera que o conjunto de vantagens é muito maior para uma candidatura de Cássio ao Governo em 2014.
Entre os pontos positivos e essenciais, destacam o alto nivel de popularidade do senador e ex-governador, em contraste com o desgaste político do governador. Principalmente nos dois maiores colégios eleitorais do Estado, a situação é evidente.
Com uma boa parte de aliados históricos sempre se queixando pelo tratamento recebido no atual governo socialista, a ala que defende a candidatura de Cássio acredita ser esta uma oportunidade para se restabelecer a hegemonia do grupo dentro do Estado. Os “deserdados” mais radicais Estado afora já ensaiam até um discurso extremado: em caso de não-candidatura, o caminho natural poderá ser o de apoio a Veneziano.