Paulo Santos
O cenário político da Paraíba está se movimentando em três frentes. O bloco federal está montado na definição das emendas para 2013 (oxigênio para 2014), nos discursos sobre os problemas da seca e agora, caindo do céu como maná, os célebres royalties do petróleo a unir gregos e troianos contra Dona Dilma.
O bloco estadual, sob a produção de Ricardo Marcelo, finalmente encontrou um mote para sair da mesmice e em caravana pelo cáustico caminho da seca, isso que chamam de “fenômeno” e que refaz sua cíclica visita nefasta ao Nordeste como se, de tempos em tempos, viesse comprovar a miséria que ela ajuda a alimentar.
O terceiro bloco é o governamental que tenta, afastado dos outros dois, desenvolver um estilo próprio, característica peculiar que o diferencie da miudeza. Por mais que busque esses caminhos, porém, há algo que faz o bloco oficial amarrar-se com seus próprios cadarços e praticamente não sair do lugar às vésperas de completar segundo aniversário.
O senador Cássio Cunha Lima, sutil e lentamente, parece estar assumindo uma espécie de liderança na bancada federal. Sua perspicácia o levou a tomar a dianteira dos demais – Vital e Cícero – com pronunciamento sobre a seca no Nordeste e a manutenção do tema com críticas ao Governo Federal.
De seca o deputado Ricardo Marcelo entende. O bloco estadual praticamento está sob seu comando e isso se tornou evidente com a ascensão meteórica do PEN no cenário politico. Também é endeusado pelos colegas – sobretudo os governistas – que foram amparados quando o Palácio da Redenção prefere vê-los órfãos. A Caravana da Seca serve para dar mais visibilidade.
O bloco governamental vive um sério dilema porque acha que pode tudo, mas não faz chover. Os ventos de soberba que sopram daquela lado da Praça João Pessoa produzem permanentes constrangimentos, o que ficou visível nas eleições municipais diante da acachapante derrota em João Pessoa.
O ideal seria que esses blocos se unissem em torno de um projeto comum para a Paraíba. Sem união não há perspectivas de desenvolvimento para o Estado, mas isso não parece importar as lideranças. Todos preferem o confronto e ninguém em ninguém. Os blocos, a qualquer momento, vão ficar à deriva como os icebergs.
LUZ, CÂMERA…
Tudo indica que a solenidade de diplomação dos futuros prefeito e vereadores de João Pessoa será um momento de, digamos, júbilo para o presidente da Câmara Municipal, Durval Ferreira. Está praticamente garantido que o evento será a primeira transmissão ao vivo da TV Câmara digitalizada. Faltam detalhes para bater o prego e virar a ponta.
CAUSÍDICO
O deputado Gervázio Maia vai ter que mudar o hábito de tratar o atual presidente do PMDB paraibano como “o contador de Antônio Sousa”. Está fazendo “coleção de grau”. Toinho, como lhe tratam os amigos, tornou-se um sessentão formado em Direito e está levando a sério a vida de causídico. Prova disso é que dificilmente perde uma sessão do Tribunal Regional Eleitoral.
BARULHO
O silêncio do prefeito de João Pessoa, Luciano Agra, está fazendo muito barulho e perturbando. Pelo visto resolveu sair de cena e agir à sombra para não chamar a atenção. Sua principal maquinação deve ser a fórmula para convencer o futuro prefeito Luciano Cartaxo a manter a ex-mulher dele (de Agra), Roseana Meira, no cargo de secretária de Saúde. Os futuros pacientes – comuns ou célebres – não merecem uma perspectiva dessas.
A PROPÓSITO…
Não será apenas na Saúde que a atual administração municipal da capital não deixará saudades. Na burocracia oficial, também. Os chefes de setores da Secretaria de Finanças – sobretudo no Paço Municipal (antigo Correios do centro da cidade) tratam os contribuintes – empresários e profissionais liberais – como inimigos, marginais, ladrões, seja o que for. Fazem o que bem entendem porque só dão satisfação aos chefes políticos. A plebe rude – que sustenta essa “máquina” paquidérmica e inoperante – que se dane.
SOBE E DESCE
O destino é implacável. No mesmo dia em que Ronaldinho Gaúcho recebia troféus pelo seu excelente Campeonato Brasileiro – Bola de Prata da Placar/ESPN e Craque da Galera da CBF – Patrícia Amorim perdia a briga pela reeleição no Flamengo.