BRASÍLIA – O juiz federal Marcus Vinícius Reis Bastos, da 12ª Vara da Justiça Federal de Brasília, transformou em réu, pela sexta vez, o ex-presidente da República Michel Temer (MDB). Na denúncia recebida pela Justiça Federal, Temer é acusado de comandar organização criminosa e de obstruir as investigações da “Operação Lava-Jato”.
Segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) em 2017 e ratificada em março pela Procuradoria da República no Distrito Federal (MPF-DF), Temer, Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima e outros integrantes do MDB atuaram de forma “estável, organizada e profissionalizada” no “cometimento de uma miríade de delitos, em especial contra a Administração Pública, inclusive a Câmara dos Deputados”.
De acordo com o juiz federal Marcus Vinícius Bastos, a acusação “se faz acompanhar de documentos que lhe conferem verossimilhança”. Além do ex-presidente, viraram réus os ex-ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha – também denunciados pelo MPF.
“Negociata”
A defesa do ex-presidente disse que a denúncia recebida pela Justiça Federal de Brasília contra o emedebista é fruto de “negociata feita entre o ex-Procurador-Geral da República e notórios e confessos criminosos”, em referência a Rodrigo Janot, ex-chefe do Ministério Público Federal, e Joesley Batista e Ricardo Saud, ambos da JBS.
“Para livrarem-se da responsabilidade pelos tantos crimes que confessam e ainda usufruírem livremente dos bens amealhados, estes, nas palavras de um deles em recente entrevista, entregaram o produto exigido pelo ex-PGR, que era acusar o então Presidente da República”, afirma, em nota, o advogado Eduardo Carnelós. “Michel Temer nunca integrou organização criminosa nem obstruiu a Justiça, e, por isso, também essa acusação será desmascarada a seu tempo”, disse a defesa.
Na semana passada, Temer virou réu no chamado inquérito dos Portos. A denúncia foi oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em 2017 e, com a perda de foro do emedebista, ratificada pela Procuradoria da República no Distrito Federal no início de abril.
Fonte: VALOR
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