Em qualquer lugar onde morar um brasileiro dentro do país, que não pertença às organizações criminosas que se multiplicam e se diversificam com progresso espantoso por causa da ausência do Estado, estará uma vítima da criminalidade.
Não há uma só pessoa do povo no Brasil, entre os que não são favorecidos pelo crime e seus tentáculos , que também não tenha perdido alguma coisa que era de seu direito ou de seu legítimo interesse, desviada pelas ações dos criminosos.
Mas, de todos os aparelhos dos mais diferentes tipos de prática delinquente , o mais invasivo e de maior e mais amplo potencial ofensivo é o da criminalidade pública, baseada nos agentes do Estado, em todos os Poderes, saqueando o Tesouro.
O Tesouro é o cofre do povo, onde são depositados seus impostos e sacrifícios financeiros , a fim de que os Poderes os redistribua através da realização das obras do bem comum, especialmente entre os pobres, na busca de uma vida social justa.
Nos últimos anos, por conta da Lava Jato e Moro, estamos redescobrindo um país diferente do que estava nas aparências, onde gestores e servidores públicos , líderes políticos e outros gângsters privados se unem para estourar os cofres do povo.
Mas chegou a grande hora do redescobrimento : a delação coletiva da ODEBRECHT e do master-gênio Marcelo, chefe dos chefes do Cartel do Propinoduto que explodiu a Petrobrás e outras dezenas de ricas empresas e órgãos estatais, vítimas indefesas.
Daqui para frente pouca gente se esconderá de seus próprios crimes ou alegará cinicamente inocência para fugir da ira coletiva. Nem culpará juízes e investigadores pela justeza das punições que haverão de sofrer. Esse novo Brasil tem mais futuro do que o velho país. Mas ainda é preciso achar quem tome conta dele. Por Gilvan Freire
Créditos: Gilvan Freire