O republicano Ricardo Coutinho

Rubens Nóbrega

O governador Ricardo Coutinho trouxe para o centro do debate político paraibano o que ele chama de “republicanizar o Estado”, que é uma maneira de chamar a atenção para o caráter privado e oligárquico que, segundo ele, sempre teve a administração pública na Paraíba. Republicanizar significaria impedir que o Estado represente interesses de poucos, de grupos ou famílias, e passe a expressar os interesses de todos, que ele se torne, enfim, uma “coisa pública”. Esse discurso seduziu amplos segmentos sociais e, apesar de tardio, significa que a Paraíba finalmente passou a considerar e valorizar práticas políticas, digamos, mais “modernas”.
Por isso, muita gente deve ter estranhado a declaração que deu o governador em Campina Grande ao justificar a verdadeira “força tarefa” organizada pelo Governo do Estado para limpar as ruas da cidade: segundo RC, as relações entre a Prefeitura de Campina Grande e o Palácio da Redenção são agora marcadas por uma “conjunção de vontades”. Como é difícil supor que o Estado, como poder, tenha “vontade” e seja capaz de diferenciar as opções partidárias de seus dirigentes, uma conjunção de vontades só pode ser interpretada com uma conjunção de vontades pessoais. Antes, Campina tinha um Prefeito que era adversário político e não merecia, por isso, uma parceria em benefício do “bem comum”? Agora, que é aliado, pode existir essa “conjunção de vontades”?
Isso é mesmo um belo exemplo de “republicanismo”.
Rodrigo Soares na berlinda

Nem bem assumiu o cargo de Secretário de Articulação Política de João Pessoa, o presidente estadual do PT, Rodrigo Soares, já enfrenta turbulências. E vem novamente da Rainha da Borborema, depois da nomeação do petista Marcio Canielo para a Secretaria de Planejamento de Campina Grande. Segundo denunciou o também petista, Basílio Carneiro, Canielo só foi nomeado depois que a dirigente do PT campinense, Socorro Ramalho, tornou-se impedida devido a uma condenação, pelo TJ, por improbidade administrativa. Ramalho foi Secretária na administração de Cozete Barbosa. O fato que envolve Rodrigo Soares é que, segundo Basílio Carneiro, a indicação foi articulada por Rodrigo Soares.
Ao saber da denúncia, o deputado Anísio Maia exigiu explicações de Rodrigo Soares e pediu a imediata expulsão de Marcio Canielo do PT, o que obrigou Soares a declarar que a nomeação de um petista para um cargo em um governo do PSDB foi um “ato pessoal”. “O PT e o PSDB tem projetos antagônicos”, disse Rodrigo Soares, para justificar sua desaprovação com a nomeação.
Marcio Canielo pertence ao grupo de Rodrigo Soares no PT. A questão agora é saber até onde vai a devoção de Canielo ao PT, ou se ela foi apenas um sonho de uma (curta) noite de verão.
Professora da Sta. Emília de Rodat denuncia atraso de salários
A professora Adriana Rique Feitosa enviou e-mail para o titular deste espaço, Rubens Nóbrega, que me foi repassado e que eu compartilho com os leitores da coluna. Trata-se de uma séria denúncia contra uma tradicional faculdade pessonse, a Santa Emília de Rodat.

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“Dirijo-me ao estimado colunista no sentido de que o respeitado espaço possa amplificar a situação deplorável por que vem passando uma das principais instituições de ensino da Paraíba. Com mais de 50 anos de serviços prestados à Paraíba e aos paraibanos, notadamente na formação educacional e profissional de jovens e adultos, a instituição de ensino Santa Emília de Rodat vive o pior momento de sua trajetória.
“Sem adentrar nas razões internas e administrativas que a levaram a tal estágio, como profissional da instituição, causa-nos espécie a forma com que temos sido tratados pelo seu corpo dirigente, uma vez que desde o final do ano passado, sem qualquer justificativa, o Centro Educacional simplesmente passou a pagar os salários dos seus professores e demais profissionais na própria tesouraria e pior: parceladamente em duas ou três vezes, chegando ao ponto de “invadir” a competência do mês subsequente ao do regular recebimento, formando uma verdadeira “bola de neve”, sem contar que, na grande maioria das vezes, tivemos que mendigar para amealhar os nossos próprios proventos.
(…)
“Pois bem, para completar a total falta de respeito para com os quase de cem profissionais/pais e mães de família, a Faculdade Santa Emília de Rodat há mais de um ano está sem depositar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) de seus trabalhadores, numa clara e inequívoca demonstração de desrespeito aos próprios e a própria legislação vigente do país.
“Ao final dessa súplica, rogo ao brilhante jornalista para que possa fazer eco ao problema ora relatado, tendo em vista que todos nós temos nossas obrigações pessoais, despesas domésticas, etc.”
Com a palavra, a direção da Santa Emília de Rodat.