O Rei, os sindicalistas e a verdade

foto (2)

Amadeu Robson Cordeiro

O Rei Ricardus soube bem pontilhar os seus caminhos. De um simples plebeu das bandas de Jaguaribe, se tornou o mandatário da terra do nunca. Começou sua carreira artística tendo como pano de fundo o meloso samba de Matinho da Vila: “é devagar, é devagar, é devagar, devagarzinho…”. Enganou a todos. Se fazendo passar por um altivo ativista socialista já tinha em mente sua programação de ascensão ao Poder. “Utilizar a plebe através dos seus sindicatos e associações”. Agora no Poder sua postura é outra, se tornando um algoz dos servidores públicos.

Como estamos em processo democrático de eleição sindical, gostaria de lembrar aos colegas de que como categoria temos nossos sonhos, nossos ideais e não devemos deles abdicar, pois como disse o cineasta Glauber Rocha: “O sonho é o único direito que não se pode proibir” E isso nos faz lembrar meu caro colega Manoel Isidro do grande poeta dos pampas, Mario Quintana: Tudo vale a pena se alma não é pequena. Que triste seriam os caminhos se não fosse à mágica presença das estrelas.

É assim que eclode em todos os setores trabalhistas, a urgente necessidade de se aglomerar as classes em torno de um sindicato que as represente. A Lei Maior nos garante enquanto trabalhadores, a liberdade de criá-lo, para que se possa exercer em nome do coletivo, os interesses e anseios dos seus representados. Diante desta realidade, tornou-se imperativo uma metodologia para a formação sindical, onde se buscam pessoas habilitadas e capacitadas, a desenvolverem e aprimorarem seus conhecimentos visando num futuro próximo à condução eficaz de uma classe.

Assim colegas, nesse digladio entre sonhos e realidades percebe-se que a missão que ora tentam assumir é calcada de desafios, pois, estar à frente de um sindicato não basta à vontade, é necessário vocação.

Aptidão para saber discernir e compactuar os clamores dentro do lógico, palpável, aceitável e racional.

É condição essencial esta capacidade de discernimento.

É imperativo saber que o sindicalismo moderno baniu a antiga idéia de soberania absoluta que vinha se prestando, dubiamente, ao descumprimento dos interesses e proteção da classe sindical. Percebe-se, então, que as causas dos conflitos e indisposições entre empregados e empregadores, resultam da força de hábito do velho sindicalismo, enfeixada numa postura agressiva, ofensiva, intransigente e formalmente separatista. Diferenças não significam necessariamente conflitos, e o conflito não implica obrigatoriamente violência.

Observa-se, que com o passar do tempo tudo caminha para uma evolução, e é fácil perceber que quanto maior for à consciência e a maturidade da classe, maior será o passo dado em direção à prática de um sindicalismo aberto, ativo e consciente.

A transformação é irreversível e passa a ser vista como ponto propulsor ao equilíbrio de idéias e a parceria. Hoje, sem deixar seus reais objetivos, representados através de atividades voltadas exclusivamente aos interesses da categoria, vislumbra-se um aspecto inovador a ser implantado. São parcerias com entidades e orgãos públicos, reciclagem, debates e seminários, com a finalidade de aperfeiçoar cada vez mais os associados, mantendo-os numa perfeita sintonia, numa ligação harmônica onde se traçam metas e determinam objetivos. Sei que com Sua Majestade, o nosso Rei, as coisas não são bem assim, entretanto, o poder não é permanente.

A condução sindical deve estar aglutinada a uma conduta ética e moral, pois, a postura de um sindicato, muitas vezes se reflete pela personalidade daqueles que o representa. Como também, daqueles que fazem parte diretamente da sua base. Os mentores do bem ou arquitetos do mal.

Hoje, temos um sindicato bem estruturado e com a união da categoria poderemos oferecer-lhe uma dose substancial de espinafre para as batalhas que poderão advir. Sempre de braços abertos ao bom dialogo tão ansiado pela categoria e sem abdicar dos nossos direitos arduamente conquistados.

Portanto, caros amigos, para mantê-lo segue uma sugestão àqueles que pleiteiam a sua direção maior: RESPEITO. Respeito pela classe, respeito pela sociedade e respeito pelo que se postula. Só assim, teremos um alicerce sólido, base de quem almeja uma construção segura.

Amadeu Robson Cordeiro
Auditor Fiscal