O peso da verdade

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Marcos Tavares

O primeiro dever de qualquer homem é com sua consciência. Logo caem por terra as declarações do torturador Ustra Brilhante de que obedecia a uma ordem de comando. Esse mesmo motivo levou diversos líderes nazistas à forca em Nuremberg, pois acima das ordens e de qualquer engrenagem hierárquica está a consciência do certo e errado de cada um. Ao torturar, matar e humilhar prisioneiros políticos, o coronel Ustra sujou a farda que vestia, farda que teve momentos heroicos nos campos do Paraguai e da Itália.

Não se admite a tortura sob nenhuma hipótese, principalmente quando praticada contra um grupo de jovens que tinham mais entusiasmos que armas e que em nenhum momento chegaram a ameaçar a estabilidade de uma ditadura montada com um forte esquema militar. Era o sadismo, o desrespeito pela vida, a intolerância com o contrário que movia o coronel Ustra e outros bandidos do seu quilate que nos porões dos quartéis travavam uma luta que não teriam coragem de travar nas ruas.

O homem velho e carcomido que esbravejou no depoimento à Comissão da Verdade é uma sombra de toda a maldade dos anos de chumbo que torturaram o Brasil, que envergonharam nossa República e que merece o desfavor e a repulsa de todos nós. Dizia Nelson Rodrigues – por sinal adepto da ditadura – que os canalhas também envelhecem. Ustra provou isso. É tão canalha hoje como era quando comandava as sessões de tortura e não merece nem o perdão que sempre se dá à idade.

Quadro

O senador Cícero Lucena tem um quadro difícil pela frente para retornar ao Congresso. Seu projeto, há muito acalentado, de separar Cássio de Ricardo cada dia se mostra mais inviável.

E agora ele defronta-se com outro complicador chamado Rômulo Gouveia, que parece ser o preferido do clã Cunha Lima para uma temporada em Brasília.

Cícero ficou marcado pelo seu apoio ostensivo a Maranhão, que os tucanos aparentemente relevaram, parece ainda não ter sido bem digerido e Cícero pode ir para a corrida do Senado solitário e sem bases.

O que seria fatal.

Teste

A próxima eleição vai provar se Luciano Cartaxo tem vida própria ou sempre se elege levado pelas circunstâncias.

O peso da prefeitura da capital numa eleição majoritária é inegável e depende de Luciano que ele seja um fiel nessa balança política.

Se tudo acontecer à sua revelia, pode ser um sinal de que ele ainda não construiu uma identidade própria capaz de voos solos.

Bandidagem

Como não bastasse a violência que já grassa em todo o Estado, as chamadas torcidas organizadas se enfrentam em Campina com saldo lamentável.

Esses vândalos, travestidos de torcedores devem ser impedidos pelo MP de agir.

Correição

Andam sussurrando nos becos e tocas o resultado bombástico de uma correição do CNJ no nosso tribunal.

Até agora a coisa anda em ritmo de boato, mas deve progredir.

Unidos

O Governo do Estado já garantiu todo apoio midiático ao Maior São João do Mundo em Campina Grande.

Quando a festa é de compadres, a coisa muda muito!

Impossibilidade

Não deve progredir essa ida do vice-prefeito Ronaldo Cunha Lima Filho para vice na chapa de Ricardo.

Isso inviabilizaria completamente qualquer pretensão de Cássio de disputar o pleito.

Boca Livre

Um pouco tardiamente, mas melhor do que nunca. Governo do Estado inaugura restaurante do servidor, o que deveria estar funcionando desde que foram adotados os dois turnos de expediente no Centro Administrativo.

Pesar

Silenciosamente, sem alarde nem nos jornais ou portais, foi-se o companheiro Antônio Hilberto da velha guarda do jornalismo.

Teve uma trajetória vitoriosa em quase todos os veículos de imprensa do Estado.

Frases…

Luzes – Thomas Édison era um iluminado.

Deletando – Para quem é contra o aborto. E se a mãe de Hitler o tivesse abortado?

Grana – Dinheiro lavado é melhor que dinheiro sujo?