O " Nada " ou " Zero á esquerda "

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Bruno Filho

Pode ser um adverbio de negação, mas nesse caso um pronome indefinido, acima de tudo uma parábola apenas , nada de especial. O outro, uma expressão idiomática, sem muita explicação lógica, criada pelo popular, sem tanta conotação. O que pretendo desenvolver nesta crônica, com a permissão do editor, é a comparação que pode ser feita entre estas duas afirmações e seus antônimos.

Sabemos que a vida é feita de parâmetros de comparação. Consequentemente se existe o “Nada” certamente existe o “Tudo”. Se existe o ” Zero a esquerda” existe o “Zero a direita”. O que me preocupa é exatamente o que pertence a um lado e ao outro. Na hora dessa análise deve-se ter cuidado nas avaliações porque a linha que separa uma afirmação de outra é tênue.

Inclusive pensando mais a fundo concluo que é muito mais comodo ser o “Nada” do que o “Tudo” em alguns momentos, pois o primeiro, ou seja, o “Nada” só dá passos à frente pois dele nunca se espera grande coisa, um pequeno ato e passo à frente. Já do “Tudo” espera-se muita coisa, e qualquer ato que não seja o mais perfeito possível será um passo atrás.

No quesito ” Zero à esquerda” a mesma coisa. Como ele está a esquerda da vírgula, tanto faz se está á 1 casa, 2 , ou cem casas daquele ponto estratégico. Porém, se está a direita da vírgula cada casa importa muito. Na primeira será unidade, na segunda decimal e vai aumentando de importância dependendo da colocação em que se encontra. A responsabilidade é bem maior.

Vamos traduzir um pouquinho e levar para a vida cotidiana, o que nos importa. Nesta semana, um ato realizado pelo Prefeito da Capital, exatamente a instalação do Passe Livre do estudante, algo que deve ser reverenciado por todos, independentemente de análise mais profunda, foi desqualificado pelo Governo que chamou o ato de falsidade , uma falácia.

Por pior que possa ser, transformou o ato num “Nada”. Para fazer isso, teria que apresentar na mesma hora um “Tudo” e não foi isso que assistimos. Os alunos da Rede Estadual ainda não tem este benefício instalado. Quando isso acontecer, aí sim podem aparecer críticas e comparações daquilo que está sendo feito. Ao mesmo tempo não ouvi da Prefeitura a mesma declaração com relação a atos do Governo.

Nesta mesma semana, o Governo inaugurou algumas estradas e obras viárias que muitos antecessores prometeram e ninguém cumpriu e não tomei conhecimento de que as mesmas tenham sido desvalorizadas pelos mandantes do Município. De um lado, respeito, de outro ofensa. É nisso que me baseio, quando se diz que isso ou aquilo é um “Nada”, deve-se imediatamente apresentar o “Tudo”. Se assim não for, não vale.

No esporte acontece a mesma coisa, nas relações comerciais, nas concorrências sejam lá quais forem, e acontece também na vida, até em família. Queria mesmo é me aprofundar um pouco mais no tema, mas acho que não há necessidade, pois os momentos se sucedem e invariavelmente as coisas se acomodam e chegam a seus devidos lugares.

A lição do “Nada” e do “Zero a esquerda” é extensa e longa. Espero aprender com ela ao longo da minha vida. Aprendi muito pouco sobre o tema até hoje, e a cada dia convivo com novidades, até pela profissão que excerço, em contato com pessoas diversas e de opiniões diferentes. Ainda é tempo de aprendizado e eu nunca me neguei a eles. O que mais gosto é de aprender na minha vida.

Bruno Filho, jornalista e radialista, quem sabe ainda chega lá !