ANTÔNIO MALVINO
Passados exatos oito dias da renúncia do ex-prefeito de Cabedelo, José Maria de Lucena, do PMDB, permanece o mistério em torno dessa decisão. Luceninha, como é mais conhecido, desapareceu da cidade,não deu pessoalmente nenhuma explicação para o seu gesto, limitando-se a divulgar uma nota oficial, endereçada à Câmara Municipal, em que comunicava a renúncia, em caráter irrevogável, e pedia desculpas à população pelo ato extremado.
De lá pra cá surgiram muitas especulações sobre o assunto, mas parece que só uns poucos conhecem a fundo o que se passou nos bastidores que culminou com esse desfecho inesperado. Os moradores de Cabedelo, especialmente os eleitores de Luceninha, estão decepcionados e ainda estão procurando esclarecimentos convincentes sobre o que realmente aconteceu.
Na noite da última terça-feira várias entidades se reuniram e promoveram um ato público no centro da cidade para o encaminhamento de algumas providências com vistas a obter informações sobre os reais motivos da renúncia do ex-prefeito. A primeira delas foi a solicitação para que Grupo de Atuação especial contra Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba, abra inquérito para apurar a extensão da desistência do ex-gestor.
As entidades que subscrevem o pedido sugerem que seja, inclusive, quebrado o sigilo bancário de Luceninha para verificar se há procedência nos boatos, segundo os quais ele teria recebido pagamento para abdicar da chefia do executivo municipal. Outra decisão tomada foi o encaminhamento de pedido à Câmara Municipal no sentido de que realize uma sessão especial destinada a discutir a renúncia Luceninha e a chegada ao poder do vice, Leto Viana.
As entidades de Cabedelo tem sobradas razões para exigir tais explicações. Afinal, essa história de renúncia do ex-prefeito tem que ser passada a limpo ou então às suspeitas só vão aumentar a respeito desse caso. Luceninha tem que sair da toca onde se encontra escondido, convocar uma entrevista coletiva para dar os esclarecimentos exigidos pela opinião pública e convencer nos seus argumentos. Senão, passará para a história como um homem fraco, covarde, que fugiu da responsabilidade e foi protagonista de uma grande fraude eleitoral.