O martelo das granjas

Marcos Tavares

‘O Martelo das Bruxas’ era o manual de caça às feiticeiras editado na Idade Média sob o nome ‘Malleus Maleficarum’ que levou centenas de mulheres à fogueira, indicando sinais e evidências que caracterizavam uma bruxa para a Inquisição. Lembro disso porque uma noite dessas, insone e vagando pela TV, detive-me num atilado pastor de almas que vociferava contra o demônio e dissertava para nós, pobres mortais, como identificá-las principalmente durante o período de carnaval, quando, segundo o santo homem, as bruxas descem em revoada para tentar nossa pobre carne.

Segundo o pastor de almas, uma bruxa é facilmente identificável. Ao contrário do que pensavam os monges medievais, as bruxas hodiernas usam pouca roupa. Pouquíssima segundo o reverendo pastor. E mais que isso. Elas sorriem de modo lascivo e tentam os homens com sua “concupiscência”, segundo disse o salvador de homens, seja lá o que ele pense que é isso. Além disso, as bruxas requebram de maneira exagerada, conforme o santo pregador, o que as torna facilmente reconhecíveis.

Minha falta de sono me levou a assistir quase todo o sermão, no qual as mulheres eram desancadas como mensageiras do demônio e responsáveis pela ruína moral do mundo. Elas incitam os homens de maneira lasciva, carregam-no à ruína e desde Eva pactuam com serpentes e com o próprio diabo. Diante de tal sermão, eu, que já não sou carnavalesco, me recolherei esses dias ao mais santo retiro espiritual, evitando com isso, a danação de minha alma já tão abalada pelos pecados mortais, tudo isso para evitar as garras desse demônio carnavalesco, que pelo visto é belo, mas impuro.


Reputação

Muito ruim para a reputação do Conselho Regional de Medicina da Paraíba, Sindicato dos médicos do Estado e a vetusta Academia Paraibana de Medicina, a condenação feita pelo Cade, no qual esses órgãos foram acusados de manipular contratos para forçarem preços majorados.

O CRM e o Sindicato sempre gozaram de boa reputação nas questões que envolviam a categoria, mas essa acusação formal de um órgão credenciado na defesa do consumidor fere frontalmente a ética dos conglomerados.

É preciso uma explicação que não seja só rápida, mas, sobretudo, que seja convincente. Ou não tem remédio…

Resistência

É notável como resiste nosso chamado Carnaval Tradição, com pouco dinheiro e menos prestígio ainda.

Ele representa a força dos bairros do seu povo guerreiro, que samba apesar da fome.

Enquanto a burguesia pula no Muriçocas regiamente pagos, os sambistas de morro e de periferias enfeitam-se de papel colorido na sua alegria humilde, mas autêntica, que nunca morre.

Evoé Momo!

Feminíssimo

Marcelinho, dito Paraíba, não é assim um guru estimado pelas mulheres. Depois de ser acusado de uma tentativa de estupro, agora se vê acusado de agressão a uma antiga companheira.

Que apenas queria receber a pensão alimentícia.

Pipocas

O Carnaval não para a faina política. Nos bastidores, as fantasias são pensadas e repensadas e as alegorias para botar os diversos blocos na rua prosseguem.

Quem fica fora dos cordões partidários pula como pipoca.

Revoada

Metuselá Agra se despede do PMDB mostrando que o partido está em franca liquidação.

O último que sair, por favor, apague a luz.

Terceirão

Cada dia fica com mais jeito de candidatura os namoros do ministro Aguinaldo Ribeiro com diversos políticos paraibanos.

Sua irmã, Daniella Ribeiro, já fala abertamente numa terceira força. E bota força nisso!

Moderação

Branco Mendes, na qualidade de líder do PEN, modera o discurso e diz que, apesar de oposição, o partido tem de pensar na Paraíba.

Pode ser uma luz verde para que o empréstimo da Cagepa seja aprovado.

Viajando

O PEN vai começar a chegar ao interior para formar diretórios nos municípios maiores da Paraíba.

Essa será a meta para esse ano, para que o partido chegue musculoso na eleição.
Frases…

Ora Bolas! – No futebol, receber bola não é crime.

Dietética – O elefante vive em constante dieta comendo folhas.

Sonhando – Todos tem direito ao sonho. E também ao pesadelo.