O governo mira no PMDB

Nilvan Ferreira

Todos os analistas tem acompanhado que, as mais recentes investidas dos articuladores, ligados ao governo, tem tido como foco central, o enfraquecimento do PMDB, visando passar a imagem, para a opinião pública, de que o partido comandado pelo ex-governador, José Maranhão, passa por momentos de extrema fragilidade. O norte é exatamente este, e as últimas ações políticas tem funcionado como foram planejadas.

O governo já tem, do leque peemedebista, o apoio extra oficial de Márcio Roberto, que aqui e acolá, vota favorável aos projetos governistas, assim como mantém a nomeação de aliados de sua região de atuação política, ocupando cargos de confiança do governador; também conseguiram arrancar Wilson Braga e Doda de Tião, que não escondem de ninguém a simpatia pelos ideais ricardistas; assediam vereadores do partido, a exemplo de Mangueira, além do racha, com estragos profundos no PMDB, que provocaram com a debandada do deputado estadual Trocolli Junior, recentemente.

E não pára por aqui. Os desdobramentos que tem ocasionado, o descontentamento do deputado Gervásio Filho, após os incidentes envolvendo o comando do partido na cidade de São Bento, onde disputa o domínio político com o também deputado Márcio Roberto, podem ser usados como ingredientes para que Ricardo Coutinho também termine por afastar Gervasinho do convívio maranhista. Alguns dizem que ele, Gervásio, já teria motivo de sobra para embarcar em rumos governistas, mas a afirmativa é imediatamente negada pelo parlamentar.

Pois bem. A ordem é desmantelar o PMDB de Maranhão. É mostrar que o projeto do partido, liderado pelo ex-governador, já não teria a mesma consistência, e aproveitam um cenário elementar, percebidos por todos: Maranhão está sem o poder, sem a caneta, atrativo indispensável para muitos agentes públicos que não se acostumam a viver sem a “proteção” institucional.

Mas, esse jogo termina se transformando numa “faca de dois gumes”. De um lado passa impressão de fortalecimento do projeto do governo. Entretanto, também causa uma ciumeira feroz naqueles que já estão na base, pois quem chega agora é tido como mais privilegiado, mais “arrumado”, mais bem tratado, mais cortejado.

Se o governo não pratica jogo de cintura pode terminar por perder aliados de primeira hora ou, no mínimo, alguém ensaiar rompimento para no “se colar colou”, resolver “assuntos” que em dez meses não saíram das promessas e dos corredores do Centro Administrativo em Jaguaribe.

É assim que aponta o cenário dos últimos acontecimentos e a ordem é acompanhar como esse desenho se desenvolverá nos próximos capítulos.