O fico de Roseana

Marcos Tavares

Roseana Meira não é novata em crises. Ela passou toda a gestão Coutinho/Agra envolvendo-se em quedas de braço com médicos, cooperativas e hospitais. Na campanha resolveu desertar Coutinho, alfinetar Estelizabel e apoiar Cartaxo, já que Agra estava no jogo.

Agora, Cartaxo eleito, Roseana é responsável pela primeira crise política do novo alcaide ao insistir em fazer da Secretaria de Saúde do Município seu feudo particular, onde pretende governar pelo mínimo de mais quatro anos. Chegou a dizer publicamente que, sem sua nomeação, Agra não indicaria mais ninguém, o que sugere que ou ela fica ou Agra sai do coletivo de Cartaxo.

É antes de tudo antipática essa declaração, pois se transforma num ultimato a quem foi legitimamente eleito, com o apoio dela e mais de milhares de pessoas que nem por isso reivindicam uma secretaria. Roseana peca pela vaidade mórbida e pelo gosto do poder pelo poder. Ela mais do que ninguém sabe que é atritada com a categoria de saúde e poderia desembarcar espontaneamente poupando embaraços ao prefeito eleito e a Agra, que fica espremido entre duas lealdades. Tudo indica que Cartaxo vai optar por outro nome e, se isso se concretizar, Roseana deve se transformar no seu inimigo mais antigo e rancoroso.

Não se faz política com o ódio, até porque política é a arte de agrupar pessoas em torno de uma ideia e quem odeia não agrupa. Roseana sabia disso quando rompeu com Coutinho por zelo à candidatura de Agra e sabe disso agora quando coloca o mesmo Agra numa sinuca de bico. O que parece que ela não sabe é a hora de sair de cena, de desembarcar da cadeira de secretária, que, ao contrário das Capitanias, nem é perene nem hereditário. Luciano Cartaxo precisa de novos ares na saúde, alguém que dialogue, administre as crises, que são muitas, e não alguém cujo único trabalho é colocar lenha na fogueira. Da vaidade.

Feministas
As mulheres são as maiores inimigas das mulheres. Quando elas vão conquistando posições vem uma colega e faz uma besteira. Besteira como fez a vereadora Elisa Virgínia ao dizer que feministas não gostam de homens.
Ou mais grave. Esse tal concurso de ‘Miss Bumbum’, uma verdadeira transformação da mulher em objeto erótico que tem concorrentes mil e que é prestigiado por gregas e troianas.
Não é o homem. São as mulheres que atrapalham o feminismo em sua luta.

Saideira
Parece que o vereador Bira quer transformar sua saída do PSB num fato político marcante e sair na condição de mártir.
Por isso aceitou o cargo de líder do prefeito Luciano Cartaxo na Câmara, justamente para fazer chorar de ira seus antigos companheiros que já estão em polvorosa.
Bira, do partido do governo, torna-se assim o braço legislativo do seu maior inimigo, o que inviabiliza sua vida nas hostes socialistas por mais que isso cause estranheza.

Droga
O momento é mais de solidariedade ao secretário Cláudio Lima do que de cobranças e pancadas. Antes do secretário está o homem, o pai atingido pelas adversidades da vida.
Quem não pecou atire a primeira pedra.

Euforia
Clima absoluto de euforia entre os vereadores recém-empossados.
Muitos deles já sonham com a Assembleia esquecendo-se que a Paraíba existe além da capital. E eles não existem.

Coleção
Um certo radialista egresso do Alto Sertão coleciona inimigos com uma rapidez surpreendente.
Já existe um alentado dossiê contra ele que remonta as origens maternas. Tudo engatilhado para a hora certa.

Calado
Dizem à boca miúda que Cartaxo recebe uma prefeitura depauperada financeiramente, segundo diagnóstico dado na transição.
O pior é que ele vai ter de aguentar tudo calado em nome da política.

Com a Bola
Cássio Cunha Lima deixa nas mãos de Ricardo Coutinho o futuro da coligação entre ambos.
Cássio falou em espaços que deverão contemplar a continuação dessa dobradinha.

O mestre
Nada como a solidão de uma cela para acabar amizades. Antes mesmo de ser preso, Delúbio Soares entrega Lula de bandeja à Procuradoria Geral.
Diz que pagou contas pessoais do ex-presidente com dinheiro sujo.

Frases…

Passando – O tempo não passa. A gente passa.
Trágico – Economia na Grécia. Uma verdadeira tragédia grega.
Remediando – Com um farmacêutico no governo, outro na prefeitura e uma na reitoria, dessa vez a Paraíba tem remédio.