Um casal preso no México transportando corpos humanos em um carrinho de bebê é suspeito de matar ao menos dez mulheres e de vender pedaços das vítimas.
“São fatos inéditos, nunca havíamos nos deparado com tal coisa antes”, disse o promotor do Estado do México Alejando Gómez Sánchez, que classificou os casos como “feminicídios em série”, uma vez que as investigações indicam que a maioria das vítimas era de mulheres.
Foram encontradas quatro bolsas de plástico com restos humanos no apartamento do casal, identificado como Juan Carlos e Patricia, em um terreno baldio e em outra propriedade próxima.
Para os investigadores, a dupla também guardava corpos das vítimas em cubos cheios de cimento, em baldes e em um frigobar e os vendia. Ainda não está claro quem os comprava.
Depois de ter sido detido na quinta-feira, Juan Carlos confessou ter matado 20 mulheres no município de Ecatepec, na região metropolitana da Cidade do México.
Os feminicídios são comuns no México, mas muitas vezes acabam impunes. A confissão do casal deixou o país indignado e motivou protestos nas ruas de Ecatepec.
Os vizinhos afirmaram que toda vez que viam Juan Carlos e Patricia eles estavam empurrando um carrinho de bebê, o mesmo em que a polícia encontrou as partes dos corpos das vítimas.
A polícia prendeu os dois depois do desaparecimento, em setembro, de Nancy Huitron, de 28 anos, e de sua filha, de apenas dois meses de idade, Valentina.
Juan Carlos confessou ter assassinado Huitron. Também revelou o nome de outras duas vítimas: Arlet Olguín, de 23 anos, e Evelyn Rojas, de 29 anos.
Os investigadores disseram que Juan Carlos contou ter abusado sexualmente de algumas mulheres antes de matá-las. Também confessou ter vendido os pertences das vítimas e partes do corpo delas.
Nancy, Arlet e Evelyn eram mães solteiras e haviam desaparecido nos últimos meses.
A polícia chegou até o casal ao investigar o sumiço de Nancy Huitron. Como ela não buscou as duas filhas mais velhas na escola, um vizinho avisou a polícia. A bebê havia, segundo os investigadores, sido vendida pelo casal. Agora Valentina está sob os cuidados da avó.
Impunidade
Para a polícia, as vítimas conheciam Juan Carlos e Patrícia, porque compravam deles roupa e comida. Patricia costumava atrair as pessoas com a desculpa de mostrar alguns produtos.
Quando foram presos, os dois pediram para tomar um banho e trocar de roupa antes de serem apresentados à imprensa – eles disseram que não eram “um casal sujo”.
Também não demonstraram nenhum tipo de remorso. “Eles não mostram sinais de culpa pelo que fizeram, mostram felicidade”, disse o promotor Gómez.
O Estado do México é a região com o maior número de mulheres desaparecidas no país. Entre janeiro e abril deste ano, 395 pessoas desapareceram naquele estado, das quais 207 eram mulheres.
Os desaparecimentos concentram-se principalmente em áreas violentas, controladas geralmente por gangues.
Derivado de la detención de dos personas identificadas como Juan Carlos “N” y Patricia “N”, investigadas por su probable participación en al menos 10 feminicidios, personal de la #FiscalíaEdoméx cateó dos inmuebles más en los que fueron localizados diversos restos humanos. (1-2) pic.twitter.com/rl0YZTtzue
— Alejandro J. Gómez (@FiscalEdomex) 8 de outubro de 2018
Fonte: Bol
Créditos: Bol