O "Castro Pinto" é grande !

Bruno Filho

Há 15 meses desembarquei nesta terra,vindo do sudeste,mais precisamente de São Paulo.Eram 3 da madrugada, e quando o avião pousou e as portas se abriram “em automático”(adoro quando o comandante diz isso…pois tenho um mêdo danado de voar…) à minha frente e na minha mente surgiu um aeroporto bem pequenininho, quase digno de aeromodelismo ! era criação da minha cabeça, e vou explicar o por quê.

De lá a esta parte, as coisas mudaram demais,fui recebido nesta terra de tanta gente, de uma maneira alegre, educada e sem o mínimo preconceito,conheci pessoas que somente realizaram atos de ajuda e simpatia com este calejado paulistano, acostumado com cinza,concreto,fumaça,e sedento por olhar para o céu e poder ver uma estrêla brilhando, cenas que havia anos não figurava no meu dia a dia.

Hoje, já posso me atrever a dizer que sou local, como diz minha esposa,ainda não domino muito bem o extenso vocabulário usado com alegria quase sempre e recheado de histórias e fatos que o cercam, cada frase, cada palavra tem uma explicação, acho isso espetacular, a forma como se admira a própria terra, o carinho que se usa para falar das coisas paraibanas.

Este amor não existe em São Paulo, uma mistura de italianos, portugueses,espanhóis,e mais recentemente asiáticos que dominaram o território bandeirante.Nada contra os imigrantes, sou descendente deles também,porém admiro tradição, que vem de bisavô,passa pelo “voinho” e pelo “painho”.

Enfim,estou encantado e agradecido.Casado com paraibana,sorrio o dia todo,nunca vi ninguém aqui de cara feia,não há mau humor que me cerque, sempre há um sorriso latente, as pessoas acham motivos para transformar a vida numa festa,sem falar nas belezas naturais,aí então é para massacrar a combalida maior cidade da America Latina.Não serei piegas e dizer que não gosto da terra aonde nasci e aonde vivi minha vida inteira.Seria mentira.O que quero deixar claro é que encontrei meu paraíso.

Obrigado,Paraíba “véia de guerra” como diz Guthemberg,talvez não merecesse tanta distinção, mas prometo fazer jus ao que me oferecem,com trabalho,dedicação e honradez.E só para não parecer conversa de doido, segundo o título da coluna, o Castro Pinto agora é grande, pequeno era eu naquela madrugada, pois meu ego imaginava-se gigante,não foi o simpático aeroporto que cresceu, fui eu que me coloquei no meu devido lugar.

Bruno Filho, casado com paraibana,tentando pegar emprestado essa forma de viver alegre dos conterrâneos de Jackson do Pandeiro.