O Brasil não merece o Brasil?

Por Lúcio Villar

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Paira no ar rarefeito desses dias de outono que antecedem a Copa do Mundo, certa compulsão em falar mal do Brasil. Arriscaria dizer que seja hoje o esporte ‘número 1’ de pessoas imbuídas do propósito de disseminação de tal ‘sentimento’.

Posturas individuais e coletivas se mesclam, esbravejando coisas do tipo ‘#não vai ter copa’, entre outras insanidades semânticas. Mas, o clima exala algo mais sinistro, orquestrado; àquilo que se destina a instaurar falsa sensação de insatisfação generalizada.  Aventureiros, hábeis senhores com desenvoltura nesse tipo de conjuntura, posam então altivos e potenciais ‘salvadores da pátria’.

(não já vimos esse filme antes e sabemos não ter final feliz?!…)

Bem, jornais, portais, blogs, estações de rádio e TVs capricham cedo em pesadas manchetes: disparam nossas ‘seculares mazelas’, ‘instabilidades éticas e morais’ e a ‘falta de perspectiva’ (que o digam Miriam Leitão & Cia Ilimitada de Urubólogos a torcer contra os rumos da economia nacional). E por aí desce ladeira o ‘calvário de lágrimas’, regido diuturnamente pela grande mídia e seleto grupo de imbecis esclarecidos.

Será possível que nada há de positivo a se repercutir? A propósito, até uma exposição de arte, no exterior, visitada pelo empresário Roberto Cavalcanti na italiana San Gimignano, tinha foco direcionado a vilipendiar a imagem do país, a inibir estrangeiros de virem à Copa…

A indignação do ex-senador tornou-se instigante tema de sua coluna dominical. “Do começo ao fim, a mostra dos brasileiros maltrata o Brasil”, sentenciou.

E assim caminha este país em transe. Entre injunções político-ideológicas a sepultarem princípios jornalísticos, e o complexo de vira-lata, fardo indigesto ainda a espalhar mediocridades a torto e a direito.