O avesso do avesso do avesso

Marcos Tavares

Não consigo evitar um ar de riso quando ouço Renan Calheiros falando na hediondez da corrupção, como igualmente o riso me aflora aos lábios quando escuto nossa presidente, Dilma – a búlgara – falar de um maravilhoso país que ela governa e que a gente não encontra no mundo real. Sorrio quando vejo o povo nas ruas dizendo que povo unido jamais será vencido. Já foi e será várias vezes, diz a história, e gosto que me enrosco quando assisto vetustos sociólogos explicando por que esse povo foi às ruas quando nem o povo direito sabe por que marcha. Sabe que tem muita coisa errada e que o cinto aperta, mas nem sabe onde aperta e principalmente como afrouxá-lo.

Já se disse que esse é um país estranho, onde mundanas se apaixonam e traficantes se viciam. É um país que com um IDH dos mais baixos da América mesmo assim posa de gigante e se arrisca a uma Copa do Mundo e uma Olimpíada seguidos, com todo o rio de dinheiro que isso implica. É um país que ainda não venceu a dengue, mas discute sobre célula-tronco, coisas tão distantes de nossa realidade como a bonança. É um país onde a balança comercial despenca a cada trimestre e nenhum economista alerta para o fato, procura saídas, encontra torneiras para deter essa sangria.

Somos o avesso do avesso, o que absolutamente não significa que somos o direito. Aqui, criminoso tem bolsa para manter sua família, enquanto a família da vítima que se exploda. Aqui, bom comportamento numa prisão é a chave para a rua mesmo que o delinquente volte a delinquir nas ruas. Entre nós, no nosso Congresso, lutam gays contra homófobos, ruralistas contra agricultores e preservacionistas contra grileiros, cada qual com sua bancada. É esse país com todas essas contradições que foi às ruas clamar por melhorias. Que elas venham, saiam de onde sair, pois eu mesmo nem sei nem aponto caminhos.

Companhia

O candidatável Luciano Agra – não se sabe a qual cargo – deveria cuidar de esfriar os ânimos de sua correligionária Roseana Meira antes que consiga inviabilizar todas as suas tentativas de coligação.

Apeada do cargo de secretária da Saúde, Roseana ocupa seu tempo alfinetando Ricardo Coutinho e todos seus auxiliares e aqueles que porventura não votaram ou não votarão em Agra. Mandam os manuais que não se comece uma campanha com ódio, com tanta ira e paixão, pois isso diminui a capacidade de analisar friamente os fatos, essencial a quem se dedica à atividade política.

Roseana Meira de seu twitter faz mais estragos a Agra que qualquer adversário.

Humor

Ainda no capítulo de humores. Notícias vindas de Brasília dão conta de que Dona Dilma, de habitual carrancuda e nada meiga, anda pisando em brasas.

Raro é o interlocutor que sai de sua sala sem levar um “esbregue” tamanho gigante onde ela desafoga seu ódio contra o povo, esse povo que teima em não reconhecer que ela é a rainha da cocada preta.

Ministros evitam conversas e despachos com a nossa presidente numa eterna TPM de quem não escapam aliados e inimigos.

Santificando

Luciano e Coutinho trocam farpas para ver quem fez o melhor São João.

Se fosse para ver quem faz a melhor administração, o povo agradeceria.

Encontro

Será puramente formal o encontro entre Luciano Cartaxo e Ricardo Coutinho.