O ARTIGO DO DIA.......

ROLEZINHO-NO-RIVER
RELEZINHO

Primeiro, entender…
por Cristiana Lobo

O governo está acompanhando de perto, monitorando os movimentos nas periferias pois quer, primeiro, entender os tais “rolezinhos” que começaram em dezembro do ano passado em shopping centers em São Paulo. Até aqui, segundo fontes do governo, este monitoramento mostra que não foram identificadas tentativas de promover atos de vandalismo e depredação nem destruição de patrimônio público ou privado. “Até aqui, não se vê protesto, é só beijo na boca”, disse um auxiliar do governo.

A atenção do governo é para evitar que se repita agora o que aconteceu em junho do ano passado. Os primeiros protestos eram contra o aumento das passagens de ônibus, o que começou com o Movimento Passe Livre, mas depois de uma intensa ação da Polícia de São Paulo para reprimir a manifestação, o movimento se alastrou para todo o país – mesmo sem lideranças claras e pauta unificada de reivindicações. “Não se pode permitir que o rolezinho vire um rolezão…”, ou seja, que se espalhe pelo país como um movimento de protesto, segundo auxiliares do governo.
“Não é caso de polícia”, afirmou um assessor do governo da presidente Dilma Rousseff, acrescentando que, acompanhando os “rolezinhos”, o governo está convencido de que não cabe intervenção da polícia. Por isso, o assunto está sendo acompanhado pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que faz a ponte do governo com os movimentos sociais e também pela ministra da Cultura, Marta Suplicy.

“Qualquer intervenção agora é como se estivesse privando as pessoas do direito de ir e vir”, disse.

O governo federal acompanha de perto o assunto pois sabe que, se os rolezinhos evoluírem ou forem dominados por grupos que queiram promover depredação e vandalismo, o que poderia ser brincadeira ou diversão de jovens da periferia, ou uma espécie de manifestação cultural, poderia representar a repetição dos protestos de junho – e colocar todos os governos na berlinda, inclusive o governo federal. A equipe de Dilma está atenta. Depois dos protestos de junho do ano passado, a imagem da presidente sofreu forte abalo e, mesmo em recuperação, não chegou ao patamar anterior ao moivmento.