O artigo do dia

Joaquim Barbosa é uma nova versão de Collor, juridicamente aprimorada

Por Carlos Newton

Tem certas pessoas que nasceram predestinadas, seus futuros estão escritos e elas nem sabem. Acabam sendo surpreendidas pelo sucesso. Luiz Inacio da Silva é uma pessoa desse tipo. Tinha tudo para dar errado, mas foi em frente e se tornou um dos políticos mais importantes do país. Os militares o usaram para enfraquecer Leonel Brizola e o esquema deu certo, o que não se esperava é que ele chegasse à Presidência.

Joaquim Benedito Barbosa Gomes também é assim. Nascido no interior de Minas, sua trajetória é semelhante à de Lula. Sua mãe também teve muitos filhos (oito) e foi abandonada pelo marido, fazendo com que o menino logo começasse a trabalhar por seu arrimo da família.

Lula já chegou ao topo do mundo. Joaquim Barbosa ainda está chegando, embora este ano já tenha sido escolhido pela influente revista Time como uma das cem pessoas mais influentes do mundo.

O julgamento da questão do mensalão o transformou num superstar da mídia. Mesmo sem ser candidato, seu nome ganha pontos nas pesquisas de oposição. É uma espécie de Collor de pele negra. Se sair candidato, tudo pode acontecer. O fato de não ter um grande partido não prejudicou Collor, que concorria pelo PRN, que ninguém nem lembra mais que existiu.
Ele pode ficar no Supremo até seis meses antes da eleição, ou seja, 5 de abril de 2014, e só então se filiar a um partido e lançar a candidatura. Nenhum dos presidenciáveis tem esse privilégio, somente ele. Pode-se dizer que a eleição de 2014 depende de Joaquim Barbosa. Se vai ganhar, isso é outra história.
SITE FORA DO AR

A corregedora-geral da Justiça Eleitoral, ministra Laurita Vaz, determinou, em liminar no último dia23/8, que a página da campanha de Barbosa fosse tirada do ar. O site foi desenvolvido por uma empresa a pedido de um vereador do PSL do Rio de Janeiro, Atila Nunes. Trazia informações biográficas do ministro e incentivos ao lançamento de sua candidatura. Parte desse material era um adesivo para impressão. A página estava no ar desde outubro de 2012. Não é mais possível acessá-la, mas a campanha continua através do envio de e-mails.