O arranca-rabo entre PMDB e PT da Paraíba sobre a aliança no plano local pode acabar produzindo efeitos negativos para a campanha de Dilma Rousseff

Briga pode prejudicar palanque

Por  Nonato Guedes   //  www.nonatoguedes.com.br

cartaxo-e-maranhão

O arranca-rabo entre PMDB e PT da Paraíba sobre a aliança no plano local pode acabar produzindo efeitos colaterais negativos para a campanha da presidente Dilma Rousseff, mais precisamente para o palanque da candidata petista à reeleição. Os dois partidos reclamam o monopólio do apoio à candidata, mas possuem diferenças cruciais para se entenderem na disputa estadual. O PT convive com duas moções – uma sinalizando aliança com o governador Ricardo Coutinho (PSB), outra indicando coligação com o PMDB.

Dá-se que o teor da aliança com o PMDB não é apetitoso para os petistas, uma vez que a chapa majoritária (de governador a senador) é quimicamente peemedebista, ocupada por Vital do Rêgo, Roberto Paulino e José Maranhão. Na composição acertada com os socialistas, a vaga ao Senado foi reservada para Lucélio Cartaxo, irmão gêmeo do prefeito da capital, Luciano, e uma das estrelas ascendentes na constelação petista no Estado. Como contornar a ocupação de espaços? Esta é a polêmica maior que está em pauta e que, naturalmente, não tem consenso.

A direção nacional, pilotada por Rui Falcão, tem procurado mediar o impasse, de forma a encontrar uma saída satisfatória para os interesses recíprocos. Essa fórmula mágica, entretanto, até o momento não deu o ar da graça. A consequência inevitável, como admitiam cabeças coroadas do PT paraibano hoje, será um distanciamento da presidente Dilma da campanha em solo tabajara. A Paraíba não é um colégio eleitoral grande, decisivo, na batalha sucessória presidencial. Mas tem sua importância no contexto. É isto que deve ser levado em conta nas articulações que não prosperaram até agora para fazerem PT e PMDB falarem a mesma linguagem.