POR LAERTE CERQUEIRA
O açodamento. Por essa e outras coisas, o governador Ricardo Coutinho (PSB) não para de afastar aliados, causa desconfiança em quem acredita nele, medo, gera conflitos desnecessários e dificulta novas alianças. Também por isso, só aumenta a legião que o chama de “déspota”, “rei”.
Ser açodado é apressar-se, acelerar, precipitar, incitar. Ou agir um tanto impensadamente, sem os devidos cuidados. Foi assim que agiu o governador quando exonerou 24 comissionados que prestavam serviço ao vice-governador Rômulo Gouveia (PSD). Tomou a atitude um dia depois do seu vice declarar apoio ao senador Cássio Cunha Lima (PSDB), principal adversário na luta pela reeleição. Talvez, não tenha encontrado um auxiliar mais calmo, ponderado, ou, o que é pior, não ouviu ninguém.
Agora, mais uma vez, vai pagar por essa forma de atuar. Tinha até o direito a seu favor, justificativas para isso, afinal, ninguém confiaria num “servidor” e no seu grupo que, em tese, tornaram-se adversários. Mas ao agir de maneira totalitária, instintiva, com um alvo tão importante, fez a opinião pública ficar contra. O mais grave é que a forma radical e ditatorial vai de encontro ao discurso democrático e republicano tão propagado. E mais. Se tivesse agido com um pouco de cautela, não teria arrumado uma outra briga que vai “moer” na justiça, às vésperas de uma campanha eleitoral. A decisão de ontem do juiz convocado Miguel de Britto Lyra Filho, que determina retorno de servidores exonerados da vice-governadoria , não só da trabalho aos advogados do governo, como é um prato cheio para a oposição criticar o seu jeito “descontrolado” de se comportar diante do contrário. Difícil até defender.
Na decisão, o juiz diz que embora o ato de nomeação e exoneração de cargos comissionados sejam prerrogativas do governador, a decisão inviabiliza o funcionamento adequado das tarefas incumbidas à vice-governadoria. De fato. O mandado de segurança foi impetrado por Rômulo e seus advogados: Harrison Targino e Igor Gadelha Arruda. O magistrado considerou haver requisitos necessários à concessão da liminar, determinando a suspensão dos atos institucionais e o restabelecimento dos serviços suprimidos. O que significa isso? O governador deve acatar e recorrer, não, necessariamente, nessa ordem, claro.
Mão na roda
Os aplicativos de envio de mensagens instantâneas de texto, vídeos e fotos pelo celular vão ser uma “mão na roda” para denunciar irregularidades na campanha eleitoral deste ano. Todo cuidado é pouco.
Plantão
A partir da semana que vem, as secretarias dos Tribunais Eleitorais permanecerão abertas aos sábados, domingos e feriados, em regime de plantão. Serviço disponível para político e para população.
Dificuldade
O deputado estadual Assis Quintans (DEM) não vai se candidatar a nenhum cargo político nesta eleição. Quintans reclamou que é cada vez mais difícil fazer campanha no interior com pouca “estrutura”.
Mais ação
Um pena, porque Quintans é um dos políticos mais sérios e comprometidos com as causas do povo do campo, do sertanejo. É um dos poucos que tem mais ação do que discurso.
Dedicação total
O presidente do TRE-PB, desembargador Saulo Benevides, deve se afastar, oficialmente, de suas tarefas no Tribunal de Justiça. O objetivo é se dedicar, integralmente, as questões eleitorais. E vai ter muito trabalho, mesmo. Um juiz substituto deve ser convocado.
Fiscalização
A Justiça Eleitoral vai tomar uma atitude importante. Deve intensificar a fiscalização da propaganda eleitoral no interior do estado. O foco: rádios e portais que são usados sem regras por candidatos.
Sem lei
Com a Justiça Eleitoral distante, a eleição no interior é uma Deus nos acuda. Sem lei, onde tudo pode e a cultura é justificativa para a ilegalidade. Os políticos (donos das mídias) aproveitam.
Afastamento
O senador Cícero Lucena vai se afastar da vida pública. Pelo menos, é o que tem dito aos amigos. Mesmo com a possibilidade de se candidatar a federal pelo PSDB, vai se dedicar a vida empresarial.
Caravana
Visitar, pelo menos, três estados do Nordeste por dia. Essa é a meta do presidenciável do PSDB, Aécio Neves, assim que começar a campanha. Ele vai apostar nas promessas de melhoria da infraestrutura da região.
Pergunta
Na outra linha, quer desmistificar a ideia de que os tucanos são contra programas sociais, como o Bolsa Família. Na Paraíba, vai perguntar: qual a grande obra de Dilma aqui?
Aqui e lá
O PMDB ainda tenta a aliança compulsória com o PT, em Brasília. A pressão de Vital por lá é intercalada com audiências nas CPIs da Petrobras. Mas quem duvida que a “cabeça” dele está por aqui?