POR Laerte Cerqueira

esgoto

Independentemente de quem vencer esta eleição, o novo governador tem um problema que precisa ser enfrentado com mais seriedade: a nossa coleta de esgoto. Segundo dados do Instituto Trata Brasil, que faz análises sobre a cobertura do saneamento básico no país, em 2012, a Paraíba tinha menos 25% da sua população com esgoto coletado. De lá para cá, não houve mudanças tão significativas. Estima-se que chegou aos 30%. Para se ter uma ideia, Santa Rita, a terceira maior cidade da Paraíba, com mais de 125 mil habitantes, não tem nem 10% de sua área com rede coletora. Pior, cerca de 30% da cidade têm os canos, mas eles não estão ligados às casas. Essa informação é do próprio prefeito da cidade, Netinho, que conversou comigo logo após assumir, quando Reginaldo Pereira foi afastado pela Câmara.

O que significa isso? Significa que quase todo o esgoto da cidade corre a céu aberto, nas ruas, nas portas das casas, nos quintais e vão para os rios que cortam o município. O problema é ambiental, é de saúde pública e é obstáculo para atrair investimentos significativos para a cidade. Segundo estudo da Confederação Nacional da Indústria, divulgado esta semana e entregue aos candidatos à Presidência da República, se os governantes continuarem a investir em saneamento básico como estão, o Brasil só vai universalizar a distribuição da água, a coleta do esgoto, o tratamento e a drenagem, em 50 anos. Atualmente, apenas 37,5% do esgoto da população brasileira é tratado.

Em Santa Rita, o local da estação de tratamento, a ideia, o planejamento, segundo o prefeito, já existem, mas nunca saíram do papel. O assunto, apesar de ser colocado de lado por muitos candidatos, de não ser tratado com devida atenção, precisa ganhar contornos de prioridade para quem pensa num plano de desenvolvido real para nosso estado. Um exemplo simples: se apostarmos no saneamento, incluindo a coleta e a distribuição de água de qualidade, será possível diminuir o número de pessoas nos hospitais, diminuir os problemas que temos de superlotação de unidades, será possível melhorar o atendimento nos PSFs, Upas. Ou seja, qualidade de vida para milhares de paraibanos que vivem sobre o esgoto e sofrem com todo o mal que ele traz.

O investimento é alto, mas sem corrupção, sem desvio de dinheiro, sem negociatas com empreiteiras será possível agir rápido. O governo federal tem dinheiro para isso. A parceria com a iniciativa privada também pode ser uma opção. Mas o que todos nós já sabemos é que falta, mesmo, é interesse. Afinal, não é obra para “turista” ver. Podemos começar por João Pessoa e Campina Grande, que estão na lista das cidades brasileiras lindas por fora, mas que “jogam seu esgoto para debaixo do tapete”.

Ajustes
Não pegou nada bem os “ajustes” que foram feitos ao programa de governo da presidenciável Marina Silva (PSB). Só colocou ainda mais em xeque a sua coerência.

Dúvidas
A presidenciável, no foco das atenções, é questionada o tempo inteiro sobre suas posições, que, segundo críticos, mudam ao sabor do vento e carregam muitas dúvidas.

Diferença
A pesquisa Ibope, contratada pelas TVs Cabo Branco e Paraíba, divulgada pelo JP, hoje, mostra uma diferença de 8% entre Cássio (PSDB) e a soma das intenções de voto dos outros candidatos ao governo da PB.

Força
Não duvide que Ricardo (PSB), segundo colocado, ainda tenha tempo e força para tirar esse diferença e levar a disputa para o segundo turno. De quebra, basta um dos outros candidatos crescer um pouco mais para facilitar para o socialista.

Artilharia
Os tucanos, agora, vão diversificar ainda mais artilharia para estancar o crescimento de RC. Denúncias, promessas não cumpridas vão reaparecer na mão dos marqueteiros tucanos. A eficiência da gestão socialista será colocada em xeque nos próximos dias.

Senado
Maranhão (PMDB) continua imbatível com 30% das intenções de voto. Mas tem um problema: um rejeição de 33%. O que revela que não consegue mais crescer. Agora, resta segurar pra não descer a ladeira.

Despedida e apoio
O deputado estadual Assis Quintans mandou entregar na casa de muitos jornalistas, amigos e políticos uma carta de despedida da vida pública. No documento, justifica sua saída, o motivo de não se candidatar a um cargo público novamente e mantém o compromisso de ajudar o estado mesmo sem mandato. Quintans e seu grupo anunciaram apoio ao candidato à reeleição, deputado estadual Carlos Batinga.

Crescimento
Wilson (PTB) e Lucélio (PT) tiveram um crescimento impressionante. Os bons números são reflexo do guia. Os dois ainda tem boa margem para subir. Mas vão ter que atacar para tentar baixar a força do peemedebista.

Teto 
A impressão de alguns analistas é que Cássio está bem próximo do teto. Possui pouca margem de crescimento. A vantagem é que esse eleitor dele não tem mais dúvida.

Maratona
Os advogados Fábio Andrade e Fábio Trindade, do jurídico do candidato Cássio Cunha Lima (PSDB), deram um tempo nas questões eleitorais no último fim de semana.