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‘Nós amamos estes homens, eles nos amam’

Companheiras de padres pedem que Papa reveja lei do celibatJornal 'Vatican Insider' publica carta de 26 mulheres que têm relacionamentos românticos com padres Foto: Reprodução

Jornal ‘Vatican Insider’ publica carta de 26 mulheres que têm relacionamentos românticos com padres Reprodução

Em uma carta aberta ao Vaticano, 26 companheiras de padres pediram que o papa Francisco repense a obrigatoriedade do celibato para os sacerdotes da Igreja Católica. O texto redigido pelas mulheres foi publicado neste sábado no jornal especializado “Vatican Insider”.

“Caro Papa Francisco, somos um grupo de mulheres de todas as partes da Itália (e além), que te escreve para quebrar o muro de silêncio e indiferença com que nos deparamos todos os dias. Cada uma de nós vive, viveu ou quer viver uma relação amorosa com um padre, por quem somos apaixonadas”, começa a carta assinada apenas com o primeiro nome e a inicial do sobrenome de cada mulher.

No final do texto, há os números de telefone das signatárias, que dizem querer “lançar humildemente aos seus pés o nosso sofrimento para que algo possa mudar, não só para nós, mas para o bem de toda a Igreja”.

“Nós amamos estes homens, eles nos amam”, afirmam as 26 moças. “E na maioria das vezes não é possível, mesmo com toda a vontade, cortar um vínculo tão forte e bonito, que traz com ele, infelizmente, toda a dor de não plenamente vivê-lo”.

Segundo as companheiras dos clérigos, as alternativas são o abandono do sacerdócio ou a persistência em um relacionamento secreto.

Papa Francisco, porém, não tem dado sinais de que a Igreja Católica pretende rever sua postura quanto à lei do celibato sacerdotal. Em março, Bergoglio defendeu a prática tradicional em uma conferência com bispos africanos, destacando que, desde o seminário, os futuros padres devem seguir as exigências do celibato eclesiástico.

Uma declaração dado pelo número 2 do Vaticano, Monsenhor Pietro Parolin, em setembro de 2013, havia levantado novamente o debate sobre a política do celibato. À época, Parolin afirmou que o celibato não é um dogma, mas uma tradição da igreja, e que poderia ser discutido. Apesar da empolgação da mídia com a afirmação, especialistas deixaram claro que o discurso do Monsenhor não significava uma inclinação para a mudança. O GLOBO