No rastro das volantes

Marcos Tavares

A Paraíba tem-se visto às voltas com constantes assaltos a agências bancárias e dos Correios, normalmente realizados em cidades pequenas onde o contingente efetivo da segurança limita-se a dois ou três soldados mal armados que são incapazes de oferecer resistência a quadrilheiros bem armados e municiados e beneficiados pelas informações que recolhem. Isso traz à mente a estratégia usada pelos antigos governos para combater o fenômeno do cangaço. Como não dispunham de homens para cobrir todas as cidades, criaram os grupos volantes, que ganharam esse nome pela sua mobilidade tática.

Reeditar as volantes, não na sua forma antiga, mas composta por um grupo de elite das polícias Civil, Militar e Federal, armá-los e principalmente dotá-los da maior mobilidade através de veículos possantes, helicópteros e até aviões seria a maneira de policiar melhor o interior com poucos homens. Esses grupos móveis estariam onde fossem solicitados e principalmente nas áreas onde ocorrem mais assaltos respaldados por um eficiente serviço de informações que pudesse antecipar a ação dos bandidos.

Não é assim tão difícil. A PM dispõe já de grupos de elite treinados com armamento pesado e para seu deslocamento se solicitaria ao Ministério da Justiça boas viaturas e helicópteros tomados dos traficantes que apodrecem nos pátios dos depósitos judiciais. Assim, munidos de velocidade e armamento, partiriam para a caça dos bandidos ignorando fronteiras num esforço conjunto que deu certo no cangaço, pois foi uma dessas volantes que atacou e matou Lampião e seu bando na Grota dos Angicos.


Requisitado

Parece que os políticos desaprenderam a ler política na Paraíba. Esse assédio que sofre Agra de diversos partidos, se analisado friamente é só fogo de monturo.

Todos precisam levar em conta que o fato de Agra ter sido o grande eleitor de Cartaxo deveu-se a uma série de circunstâncias, entre as quais a rejeição de Ricardo na capital. Isso não faz de Agra um campeão de votos absolutamente.

Falta-lhe ser testado na política estadual, estabelecer bases, conhecer quem é quem em cada município para que lhe seja dada essa densidade eleitoral pretendida.

Mas sonhar continua livre.

Memória

Aos deputados que usam o aumento do funcionalismo da Assembleia como campo de teste político é bom avisar: funcionário pode até não eleger, mas derrota.
A Paraíba é cheia desses exemplos de gestores que trataram mal ou desconsideraram o funcionalismo e nunca mais tiveram uma chance política.
O bolso continua sendo um dos locais mais sensíveis do corpo humano, bem mais sensível que o coração e a razão.

Principal

O PT lança manifesto onde se declara ator principal da novela pela sucessão de Ricardo.
O partido, que sempre foi coadjuvante, agora se acha todo, depois da eleição de Cartaxo.

Aguado

Toinho do Sopão vota pelo empréstimo da Cagepa, mas diz que isso não significa que passou para o bloco ricardista.
Ele tem suas razões. Sem a boa água da Cagepa, como iria viver sua sopa?

Muy amigo

Tião foi defender o governo, mas falhou na expressão. Ele disse “critiquem, mas critiquem com bases”.
Algo assim como disse Maluf: estuprem, mas não matem.

Posições

Tudo bem que Agra e Veneziano podem até caminhar juntos numa chapa.
Mas quem vai convencer quem a ser vice do outro?

Perdedor

Não se sabe ainda quem pode ganhar com a entrada do ex-senador Wilson Santiago em suas fileiras.
Mas uma coisa todos sabem: o grande perdedor foi o PMDB.

Odores

A candidata Marina Silva lança um novo partido na já saturada sopa de letrinhas nacional.
Ela deve distribuir kits da Natura entre seus eleitores.

Frases…

Vida – Por amor não se mata nem se morre. Vive-se.
Final – O fim da festa pertence aos garçons e aos bêbados.
Dominical – Deus deveria ter mandado guardar a segunda. Num cofre…