Ninguém pode com Gilvan

Rubens Nóbrega

Atende pelo nome de Gilvan Freire o dono da palavra falada ou escrita mais respeitada e temida da Paraíba de agora.

Admirado quase à unanimidade por sua inteligência prodigiosa, a velocidade de raciocínio faz de Gilvan uma linha de produção de argumentos precisos e imbatíveis tanto na disputa política quanto no embate de idéias.

Antes que alguém veja contradição na referência a campos similares como se fossem antagônicos (disputa política versus embate de idéias), esclareço que vejo naquele um confronto de interesses e nesse, uma salutar contenda de princípios.

Gilvan combate com desenvoltura nas duas linhas de frente. Graças, sobretudo, à experiência parlamentar e às refregas eleitorais que, exitosas ou fracassadas, invariável e sabiamente foram por ele aproveitadas como lições de vida.

Lições que no mínimo ensinam a errar e a sofrer menos, mas engrandecem de qualquer forma e sorte quem tem a felicidade de não se deixar dominar pela vaidade ou cabotinismo que quase sempre faz do cara inteligente um sujeito metido a besta.

Curiosamente, para efeito de reconhecimento público, a força da palavra de Gilvan ganhou renovada e quintuplicada força de opinião muito mais pelo que hoje escreve atualmente, somado ao que fala no rádio e na tevê.

Seus artigos e análises são capazes tanto de convencer como de fazer tremer nas bases – ou dentro das calças – os merecedores de suas verrinas.

Suas catilinárias (ricardinárias, em alguns casos) costumam produzir impacto bem superior àquele do tempo em que detinha mandato e freqüentava as melhores tribunas do ramo.

Até onde sei, Gilvan começou a produzir neste ano da graça de 2011 as colunas de opinião que o Wscom e mais recentemente o Ponto Crítico encarregam-se de espalhar pelo mundo via Internet.

Outro tanto de ávidos seguidores pega os escritos de Gilvan e reenvia por correio eletrônico aos amigos de todos os cantos do planeta, consignando-lhe um público leitor estimado em mais de 30 mil pessoas por artigo.

Só aí temos um número que seguramente suplanta o de leitores avulsos de Jornal na Paraíba, lamentavelmente possuidora de um dos mais baixos índices de leitura do país.

O importante é a credibilidade com que atualmente a palavra de Gilvan chega aos seus leitores, ouvintes ou espectadores.
Credibilidade reforçada pelo fato de termos hoje um Gilvan livre de amarras partidárias, ainda que eventualmente filiado a algum partido, e desengajado de grupos ou expoentes políticos de governo ou de oposição.

Por essa e outras, tomara que a tentação de retomar a militância política e partidária não lhe bata a porta nem lhe suba a cabeça tão cedo.
Quanto mais Gilvan se demorar neste ofício, isto é, quanto mais ele militar no front da palavra crítica e conscientizadora, além de denunciadora quando necessário, melhor será para todos os paraibanos de bem, do bem.

As praças de Martinho

Em matéria de praças onde morar e conviver, tema da coluna de domingo retrasado (28 de agosto), faltou dizer que tenho mesmo é inveja do admirável jornalista e cronista Martinho Moreira Franco.

Quando jovem, ele morou e brincou na Praça São Gonçalo, Torre, Capital, tendo ali bem pertinho, ao seu dispor, a boa conversa, a cerveja mais gelada e os excelentes tira-gostos do Bar da Tia.

Homem feito, Martinho instalou-se em Manaíra a uma casa da Praça Alcides Carneiro e a 50 metros do Bar do Zé (ou Badozé), que fechou há dois ou três anos.

Foi mais ou menos o tempo que Martinho levou para aderir à moradia em apartamento, mas um apartamento tão espaçoso e aconchegante quanto a sua antiga casa.

A diferença – ou a vantagem – é que o apê dos Moreira Franco fica mesmo de frente para os canteiros mais gramados e mais floridos da mesma Praça Alcides Carneiro.

Zé não há mais, é verdade, mas na mesma calçada que ladeia a praça tem a Vila Cariri, tão concorrida quanto o velho bar que, desconfio, mudou-se de Jaguaribe para Manaíra só para poder acompanhar Martinho.

De certo tempo pra cá é raro vê-lo em bares, aonde vai mais pela conversa com os amigos do que por conta de bebes e comes. Ainda assim, recomendo ao pessoal da Vila Cariri rezar e fazer promessa para que Martinho permaneça na vizinhança.
Porque, se ele mudar, é como disse ou escreveu Gonzaga Rodrigues certa vez: “Pra onde Martinho vai, uma praça e um bar vão atrás”.

Qualquer coisa, estamos aí!

Girassolaicos governantes, se quiserem terceirizar a própria governança, digam que eu me habilito. Podem preparar o contrato de ‘gestão pactuada’ que eu assino. E não precisa me pagar R$ 7 milhões pra isso, não.

Mas o serviço é bom e garantido. Garanto também que não vou fazer feio. Nem pior, com toda certeza.