NINGUÉM OLHA O PRÓPRIO RABO POR PAULO SANTOS

Tento conter o ímpeto para não distribuir catilinárias contra esses oportunistas que, travestidos de defensores dos direitos humanos, só demonstram o quanto estão alienados e tão somente preocupados em destruir a promissora carreira da jornalista paraibana Rachel Sheherazade por conta de um infeliz comentário.

Esses mesmos que criticam a apresentadora estão preocupados em engrossar as fileiras dos defensores do discurso único (muito adequado aos mandatários de plantão) e nada interessados em observar – e principalmente criticar – o que acontece em seus próprios quintais.
Muitos dos que andam distribuindo improperios contra nossa colega nas redes sociais não têm a hombridade de dar um pio a respeito da mortandade de jovens (sobretudo pobres e pretos) nas periferias de João Pessoa, Bayeux, Santa Rita e Campina Grande. Não os vi sair das suas bancadas de defensores dos direitos humanos para ir visitar um pai ou uma mãe que perdeu o filho tragicamente em face do gráfico de drogas.
Ainda não li nada, de nenhum crítico da nossa colega, execrando a omissão governamental para esse morticínio que se assemelha á sanha de Hitler contra os judeus. É fácil ficar por trás de um OS ou de um tablete destilando opiniões a respeito do que não têm preparo intelectual para dar opinião. Corajoso não é atacar jornalistas para ser bonzinho diante dos amigos. Ser corajoso ése mostrar preparado para reivindicar mais segurança, saúde e educação para, enfim, reduzir essas chagas sociais alimentadas por séculos e séculos de miséria.
Não tivesse Rachel se insurgido contra o discurso único, assumindo o papel de “palmatória do mundo”, colocado a crítica e a veemência em horário nobre, não estaria sendo massacrada. Que autoridade têm os cretinos da Globonews para condenar qualquer colega se são proibidos de opinar sobre qualquer coisa? Deus de barro como William Waack, Alexandre Garcia e Míriam Leitão vivem num mundo de luxo e glamour e devem ser os ídolos dos desafetos de Rachel.
Trabalhei com essa menina na TV Cabo Branco e sei o quanto ela é irritantemente séria, sem bossalidades nem deslumbramentos. Por isso n/ao me admira que, tão jovem, tenha chegado a um nicho dominado por um grupinho no Rio, São Paulo e Minas Gerais. Convido esses defensores dos direitos humanos a comprovarem que fizeram alguma coisa em favor dos injustiçados nas periferias das cidades paraibanas. Vou morrer esperando sentado.