Nada é tão ruim... - Rubens Nóbrega

Em situações assim, a primeira coisa que me vem à cabeça é a Lei de Murphy ou a lição do Barão de Itararé: “Nada é tão ruim que não possa piorar”.

Socorro-me dos impagáveis filósofos porque, soube ontem, foi bem pior do que eu imaginava a pegadinha armada pelo governador Ricardo Coutinho contra o prefeito Veneziano Vital, de Campina Grande.

Ávido para pegar o adversário de calças curtas, na sôfrega tentativa de constranger e diminuir o alcaide de Vila Nova da Rainha, o governador meteu os pés pelas mãos e misturou alhos com bugalhos.

Aconteceu durante a inesquecível audiência da Quarta-Feira de Trevas (20). Nela, Sua Excelência apresentou como se fossem de escolas municipais precariedades que na verdade são das escolas estaduais localizadas em Campina.

A trapalhada do governador pode ser conferida em documento do próprio governo estadual que a assessoria do prefeito de Campina coletou e ele pessoalmente mostrou à imprensa no dia de ontem.

Quem acompanhou, lembra. Na audiência com Veneziano, Ricardo deplorou os índices de reprovação e de abandono nas escolas da Prefeitura campinense, que estariam acima de 20 e de 15%, respectivamente.

O governador lançou mão de indicadores pretensamente negativos não apenas para dizer não ao prefeito. Quis mostrar também que o governo Veneziano não é a Brastemp que o Cabeludo diz que é ou acredita ser.

Mas, uma vez publicizados os números, a tropa de choque venezianista caiu em campo, checou e descobriu que os tais indicadores foram manipulados de forma distraída ou incompetente pelo governador.

Ao contrário do que disse o Doutor Ricardo, na rede escolar mantida pela PMCG a reprovação está em 14,4 e o abandono, em 9,6. É o que diz o Censo Escolar da Educação Básica de 2009.

Os mais de 20 de reprovação e os 15 de abandono foram registrados nas escolas estaduais que funcionam (?) em Campina.

Esses dados estão no documento da Secretaria de Educação e Cultura do Estado e são os mesmos que um pressuroso Ricardo exibiu feito troféu ao receber o prefeito campinense na quarta da semana passada.

Taí… É no que dá fazer o mal em dia santo!

O Governo não dá a menor

Tentei ouvir a versão do Governo do Estado para mais essa história que depõe contra o governador e a imagem de seriedade que tenta passar aos seus governados.

Mas, a exemplo de pedido de informações e esclarecimentos encaminhado anteontem ao secretário de Comunicação do Estado, o de ontem também mereceu calado como resposta.

De qualquer forma, ainda meio na dúvida diante do absurdo que o episódio encerra, fui procurar no portal do próprio Governo do Estado se aqueles seriam mesmo os dados trabalhados pelo governador na audiência com o prefeito de Campina.

A confirmação eu encontrei no sexto parágrafo de matéria publicada pela Secom estadual na Internet (paraíba.pb.gov.br) às 21h50 do mesmo dia em que o Doutor Ricardo recebeu o Doutor Veneziano em Palácio, ou seja, no dia 20 de abril de 2011.

Sob o título ‘Governador recebe prefeito de CG e anuncia pacto social e mutirão’, vejam só o que está dito no texto divulgado pela Secom estadual:

– Na área da educação básica o governador propõe a abertura de turmas em regime de dois turnos, a oferta em 2011 de 400 vagas em creches e de mais 250 na pré-escola. A medida visa diminuir índices preocupantes, a exemplo da distorção idade-série, que no Ensino Fundamental na Zona Urbana do município chega a 40,2% e também os de reprovação, que chega a ser superior a 20% e de abandono, de 15%.

Ajude Taperoá, Governador

O apelo quem faz é o amigo Dal, em favor de sua terra. Dele, de Balduíno Lélis, de Ariano Suassuna e dos Villar, entre outros paraibanos da melhor qualidade. A seguir.

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Rubens, concordo com o secretário de Cultura do Estado quando diz que não vai financiar festividades com o forró de plástico (forró do Ceará)!

Na verdade, a verba estadual só vem financiando nos últimos anos a festa de Campina (e de cidades como Patos), com seu mau gosto musical herdado dos Cunha Lima, grandes responsáveis por transformar a Rainha da Borborema de Capital do Trabalho em Capital do Forró.

Fiz essa pequena introdução para citar o exemplo da minha pequenina República Independente do Taperoá que, provavelmente por ser independente, nunca teve acesso às gordas verbas para contratar as “grandes” bandas de forró de plástico.

Mas Taperoá tem se virado muito bem, contratando trios locais (Paqueras do Forró, Gaviões da Serra etc.) e acolhendo, como fez ano passado, a gravação do dvd ao vivo de Os Três do Nordeste. Aliás, esse maravilhoso grupo canta e toca em nosso São João desde que me entendo por gente. E tudo isso sem o apoio que Campina sempre teve.

Apesar disso, não creio que este ano o governo estadual contemple Taperoá com verbas nem para contratar o nosso pé-de-serra. Mesmo governada por um político do PSB, a cidade está com certeza na lista negra de Ricardo Coutinho porque o prefeito não apoiou o Mago em 2010.

Mas o que Taperoá e região precisam mesmo é aparecer no Mapa Rodoviário do Estado. A única estrada pavimentada (PB 238) que liga a BR 230 a Teixeira está destruída de ponta a ponta e o governo atual faz de conta que não é responsabilidade dele. Talvez seja de Dogival Terceiro Neto, o governador que fez a pavimentação.

Não basta restaurar essa PB, contudo. É necessário também um projeto para pavimentar a rodovia que liga Taperoá a São João do Cariri (PB’s 210 e 216). Coisa simples, 54 Km apenas, mas que serviria para encurtar a distância entre Monteiro e Patos em aproximadamente 100 Km (sem contar que em terreno praticamente plano).

Por favor, Governador, não precisa dar circo a Taperoá, mas pelo menos abra os caminhos! Taperoá, Desterro, Livramento, Parari, São José dos Cordeiros e Santo André vão agradecer bastante e dar muito ponto ao senhor.