Os dois primeiros meses de 2014, época tradicionalmente marcada por um ritmo lento de investimentos, foram turbinados e ostentaram a melhor performance em oito primeiros bimestres de gestão socialista. O período que antecedeu a escolha do secretário da Fazenda como pré-candidato registrou o desembolso de R$ 479,6 milhões em obras e serviços. Uma alta de 235% ante os R$ 143 milhões no mesmo período do ano passado.
O pé no acelerador, atípico na série histórica, não teve cores eleitorais, sustentou Paulo Câmara. “São as coisas andando e a necessidade de concluir. O governador está fazendo as entregas. No final de obras sempre se dá um gás para que ela termine”, defendeu.
Há um sinal amarelo, entretanto. Para atingir o volume de investimentos, o governo contou com R$ 80,3 milhões de recursos da União, por meio de convênios. O mais baixo volume de transferências para essa finalidade, nesse período, em toda a gestão Dilma Rousseff (PT).
Ainda assim, ano passado, recursos federais chegaram em volume 20,6% maior que 2012 para obras e serviços, garantindo quase 25% de todos aportes estaduais. Questionado se esse contexto poderá ser utilizado para reforçar a imagem de “ingratidão” que a oposição tenta ligar a Eduardo Campos e, consequentemente, à sua, Câmara reagiu.
“Primeiro, que a gente tem projeto. E segundo, que são obras estruturadoras que beneficiam uma população. O governo federal tem recursos que têm que ser transferidos para os Estados para fazer as tarefas que ele não consegue executar diretamente. A verdade é essa. A gente não pode temer esse tipo de questão”, argumentou, defendendo, ainda, a qualidade dos projetos do governo como fator preponderante na maior captação. JC Online